DO CAOS ORIGINÁRIO, FEZ-SE O UNIVERSO

[Uma trágica parábola discretamente anunciada]

“…o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada…”, Isaías 45:18

Segundo as presunções bíblicas e as narrativas aceitas e incluídas nas Escrituras, o Universo foi constituído do Caos originário, criado  e organizado pelas forças de um Deus onipotente e onisciente. 

Os Elementos foram disciplinados, no tempo devido, os mares e as terras depositados nos lugares que lhes haviam sido adequadamente destinados. Adão e Eva foram autorizados a procriarem livremente, a salvo das tentações da libido, bem entendido. e a reunirem os seus filhos e torná-los colonizadores do mundo a ser descoberto na hora aprazada, que tudo tem o seu tempo.

Tudo surgiu do Caos anterior, quando o Universo estava ainda mergulhado na desordem da qual nasceriam a ordem e a vida e solução para a ocupação dos Continentes e das migrações que as civilizações fizeram-se pelo sedentarismo e pelo nomadismo pelo mundo conhecido.

A organização política das sociedades e a convivência em associações grupais  precedem as instituições, as nações e os estados, tal como os conhecemos, hoje.

Beiramos, no Brasil, perigosamente, o âmbito do caos e da desorganização social, econômica e politica. 

A menos que surjam sinais tranquilizadores de que esse caos institucional que nos cerca e oprime será contido e controlado  pelas leis, pelas instituições e por um sentido real e efetivo de que nós, brasileiros, estamos construindo uma obra coletiva e compartilhada.  Caso contrário, estaremos diante de uma convulsão social e política cujas consequências  não podemos avaliar.

Os exemplos que nos cercam e crescem nos vazios da nossa indiferença, antes, assustavam; hoje impõem medo e nos trazem insegurança.

Paulo Elpídio de Menezes Neto

Cientista político, exerceu o magistério na Universidade Federal do Ceará e participou da fundação da Faculdade de Ciências Sociais e Filosofia, em 1968, sendo o seu primeiro diretor. Foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e reitor da UFC, no período de 1979/83. Exerceu os cargos de secretário da Educação Superior do Ministério da Educação, secretário da Educação do Estado do Ceará, secretário Nacional de Educação Básica e diretor do FNDE, do Ministério da Educação. Foi, por duas vezes, professor visitante da Universidade de Colônia, na Alemanha. É membro da Academia Brasileira de Educação. Tem vários livros publicados.