É oficial. A informação é da assessoria de imprensa da instituição e chega com o timbre do Banco Central do Brasil. Leia:
“O estoque de swap cambial encerrou o ano de 2017 com US$23,8 bilhões. Em 2016, no mesmo período, o estoque era de US$26,6 bilhões, enquanto no final de 2015, de US$108,1 bilhões.
Qual o significado desses números para a economia? Segundo Juan Pablo Paschoa, consultor no Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central (BC), isso significa que caiu a necessidade de proteção contra a desvalorização cambial. O aumento e a diminuição de estoque estão ligados à volatilidade da taxa de câmbio e à necessidade de hedge( proteção) cambial por parte dos participantes do mercado.”
Leu? Entendeu? Explicando: o Banco Central é ponta compradora e ponta vendedora à vista e a prazo nessas operações de swap (arbitragem, ou seja, compra e venda, troca de moeda, hedge) com dólar. Pode ganhar e pode perder.
O dado mais interessante é o que aponta para o saldo dos contratos de ‘swap’ no final de 2015: cento e oito bilhões de dólares. Quase cinco vezes o saldo dos dois anos seguintes, estes, sim, mais normais.
Outro dado é o que diz o servidor do Banco Central, que “o aumento e a diminuição de estoque (de swap) estão ligados à volatilidade da taxa de câmbio…”. Alguém quer se antecipar…
Explicando: o saldo de 2015 (Dilma prestes a cair, Temer prestes a subir) é cinco vezes maior do que nos anos seguintes. Semanas depois a taxa de câmbio variou quase vinte por cento. E, no mercado, costuma se dizer que no Brasil, o câmbio tem “flutuação suja”.
Alguém ganhou muito e alguém perdeu muito. Os especuladores privados não têm de prestar contas nem dar satisfações ao distinto público. Mas o Banco Central (que lida com dinheiro público) bem que poderia dizer se ganhou e quanto ganhou, ou se perdeu e quanto perdeu. E, conforme o caso, explicar tanta esperteza ou tanta moleza.
O valor total transacionado chega a perto de meio trilhão de reais pela taxa de câmbio de 2015.