De Brasil entendemos nós

Na imensa nação brasileira, já verifiquei contendores políticos se posicionando conforme seus interesses pessoais ou contra interesses do Brasil, aqui incluídos os de seus estados de origem. Essa pandemia multiplicou problemas relacionados à política de restrição orçamentária e a contenção de gastos, agora, aumentou a gravidade dos desdobramentos e vai além dos eventuais posicionamentos individuais, em todos níveis de governo.: “A fome é má conselheira”.

Todos precisam recuar, inclusive o Presidente que deveria declarar que quer se reeleger em 2022. Até sugeriria que enviasse um projeto ao Congresso Nacional contendo modificações no processo relacionado à reeleição. É evidente que Lula propôs o nome de Flávio Dino, governador do Estado do Maranhão, para que se preparasse para ser candidato a candidato à Presidência da República em 2022, pelos partidos de esquerda, mas a intenção de Lula não evoluiu.

O ex-presidente, estranhamente, já dá sinais de que deseja um acordo com o governador de São Paulo João Dória do PSDB. Até outubro deste ano (2020), serão realizados encontros com vistas às composições partidárias e escolha de nomes para disputar as vagas nas prefeituras e câmaras de vereadores das respectivas cidades. Isso tudo vai ocorrer em momento dos mais difíceis na economia nacional e internacional, desde 1929, passando pela recuperação do pós-2ª guerra.

Os governadores estaduais escolheram uma posição diferente do Presidente do Brasil, acerca dos caminhos para enfrentamento dessa pandemia. O ministro da saúde dá sinais de que não está em cima do muro, mas ao se manifestar evita algumas palavras a exemplo de determinar isolamento horizontal, conforme o caminho escolhido pelos secretários de saúde dos estados com quem se comunica para tocar as ações do ministério, para referendar discurso técnico (sic).

É mais cômodo criticar o Presidente e não os governadores desejosos de pegar o escrete dos presidenciáveis. Por falta de consenso científico nacional (médicos no Brasil), a imprensa se espelha na palavra de Tedros Adhanom, uma forma de buscar a mais completa indisciplina no âmbito do ministério que se rende às manchetes elogiosas com que todos brindaram o ministro após suas desculpas à imprensa por ter chamado de “Sórdida”:  “Quando erramos, erramos!”

Diz-se que o Presidente está sozinho na sua proposta de isolamento “Vertical”. Está viralizando na Internet um áudio do Exmo. Sr. Osmar Terra integrante do PMDB, do Rio Grande do Sul em que, no alto de sua experiência como ex-ministro, médico e destacada participação em diferentes governos se posiciona pela mudança de forma de isolamento para enfrentamento da crise por que passamos: Ela tem contornos políticos, tem contornos técnicos e até econômicos.

Considero importante dar a devida atenção às competências científicas como é o caso do médico Osmar Terra. Um competente apoio e com magistral envergadura política, com mais kms. rodados do que o atual ocupante do ministério da saúde. Evidente que ninguém pode dar mais importância ao Orçamento do que à saúde. Mais importante do que isso é não colocar a questão nesse dilema: “O dinheiro ou a saúde”, como vem sendo colocado pela mídia contra o governo.

As manifestações sobre esta propalada polarização não partem senão de distorções de palavras de quem tenta, no governo, prestar os esclarecimentos de que os brasileiros não merecem posturas polarizadas, muito menos a escolha radical de completa paralização de nossas atividades econômicas. Como aceitar que o ocupante de cargo na OMS venha nos ensinar a enfrentar uma pandemia. O Brasil não é a Europa e, também, não é a China e nem é a Etiópia.

Nossas dimensões continentais com clima e condições absolutamente distintas de outras nações, ficam outros nos impingindo posturas de um burocrata que não sabe nada sobre Brasil.

 

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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Haroldo Araujo

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