CRUZ-CREDO!

Posto as mãos e me benzo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Baixo a cabeça, meus olhos se fecham e meus pulmões se enchem e se esvaziam, len-ta-men-te, tentando acalmar a minha alma que se agita e se desconsola.

Meus lábios tremem ao pronunciar PT, PROS e tantos outros “Ps”, desavergonhadamente, desnudos nessa orgia de devassidão política. Coligações e confusões por todo lado. Suruba política, classifico peremptoriamente esses comportamentos políticos sem medo de errar.

Imagens que cortam corações: o massacre cruel e impiedoso do nosso irmão negro, João Alberto Silveira Freitas, na presença da sua esposa, no dia da Consciência Negra. Os ditos policiais espancaram-no até a morte. Em Porto Alegre, um dia triste. Carrefour manchado de sangue.

Angela Davis fala: “Numa SOCIEDADE RACISTA não basta não ser racista, é necessário SER ANTIRACISTA”.

Ouço Mandela e me acalmo: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.

Diante de tanto absurdo, as cifras da Covid-19 não mais me abalam tanto.

É madrugada. Meus lábios se mordem e me dizem: Cruz-credo! Basta! Vou dormir e sonhar com a PAZ e a LUZ do porvir.

Rezemos!

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

Gilmar Oliveira

Gilmar Oliveira, Professor Universitário.