Crise foi fabricada pelo terrorismo econômico do mercado, diz economista

“O que nós estamos destacando é que a questão fundamental é financeira, pelos juros em que o caso do Brasil é único, não tem similar no mundo. Há países com dívida bruta três vezes maior do que o Brasil, mas que pagam a metade de juros. Esse é o grande desajuste fiscal brasileiro”, destaca o economista e professor da Unicamp Eduardo Fagnani, que coordenou a produção de trabalho a ser lançado em 28 de setembro. Dividido em dois volumes, “Mudar para sair da crise – alternativas para o Brasil voltar a crescer” e “O Brasil que queremos – subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional”, o documento tem a participação de instituições com papel ativo na defesa dos trabalhadores, como a Fundação Perseu Abramo, a Plataforma Política e Social, o Brasil Debate, o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e a Rede Desenvolvimentista

“Nós temos clareza de que a crise, até 2014, tão difundida como uma crise terminal da economia brasileira, não encontra respaldo nos dados econômicos. O cenário econômico foi contaminado pelo cenário político”, afirma Pagnani, ao analisar que a crise não encontra nos dados a gravidade defendida pelos neoliberais. Ele identifica o esforço da direita em desconstruir o governo a partir das eleições de 2014. “Então, é uma crise totalmente fabricada, de certa forma, pelo terrorismo econômico do mercado”, destaca.

Essa opção liberal de política econômica impulsiona tentativas golpistas, na análise de Fagnani. “A nossa democracia é um evento tão recente e incipiente e até para a defesa da democracia é necessário mudar a política econômica. Existem outras alternativas, existe uma outra agenda que a gente também tem de se debruçar sobre ela, e não ficar restrito à agenda proposta pelos setores conservadores e pelo sistema financeiro.”

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SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.

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