Conselho a Michel Temer: mais assertividade, por Haroldo Araújo

É importante que se tenha ciência da necessidade de mudar a forma com que o país foi governado nos últimos 20 anos. Todos nós somos pessoas imperfeitas e o que se tem de melhor é a intenção. Estudos filosóficos e políticos mostram que as ações dos governantes não são percebidas pelo povo de maneira a que as realizações sejam sempre, igualmente, aprovadas.

Imagine então o que não dizer das intenções dos gestores públicos ao promoverem um debate de suas ideias e planos de governo. Como será mesmo que serão percebidas as suas propostas? Intelectuais e artistas que têm o poder de formar opinião se deixam levar pelas paixões e em significativa parcela pelas empatias e até partidarismos. Tanta corrupção e distorções desapercebidas ou não pelos gestores, também, não foram o suficiente para qualquer gesto de indignação em nomes consagrados, para não dizer monstros sagrados.

Somos invadidos em nossas convicções por apaixonados simpatizantes que não conseguem se dissociar da idolatria na política, ou será que há interesses? Não podemos afirmar que não se consiga perceber o que se passa em seu derredor! A pior cegueira é a política. Até acho que se deva ou deveríamos educar nossos filhos e nosso povo contra o radicalismo de qualquer espécie, através da educação.

Pronto! Estamos quase consolidando uma linha de pensamento capaz de permitir o fim dos radicalismos que tanto nos prejudicam, a exemplo de greves abusivas, confrontos com autoridades { como todos sabem os policiais são autoridades} e até invasões de propriedades. Não é incomum a depredação de prédios públicos e privados também. Políticos silentes em praça pública não querem mostrar a cara, como diria Cazuza!

Tenho sido repetitivo em afirmar que não admiro posturas oportunistas! Políticos safos e com incapacidade de curvar-se ao que opositores fazem de melhor pelo país ou se levantar contra as atitudes nefastas de apoiadores e auxiliares. O que não consigo entender é como se pode imaginar que o povo é besta. Besta é quem pensa fazer os outros de besta.

O que aconselharia Michel Temer a fazer? É preciso ter pés no chão. O Brasil tem um congresso e tem um povo que entre si mesmo não se contrapõem. Não existe um parlamentar contra seu povo. Todos sabem que nossas finanças precisam de gestão responsável e, portanto, esse é o primeiro ponto. A conscientização acerca das mudanças a exemplo da Reforma Previdenciária e regulamentação das aposentadoria é o caminho para MICHEL se afirmar e disso não tenho dúvida alguma. O Brasil quer trabalhar!

A Grécia deu o pontapé inicial numa crise que arrastou Portugal, a França e quase toda a Europa. Todos sabem que a crise teve origem na incapacidade de pagamento do Estado aos aposentados. No outro extremo, a China nadou de braçada para a superação de todas as crises. E o que quero afirmar com isso? Esses modelos de gestão devem ter um meio termo de modo que possamos verificar em que ponto poderíamos oferecer a todos que trabalham: Empregados e empregadores uma aposentadoria digna e sabemos que isso não tem preço.

No momento em que a saúde não permite trabalhar ou que os sinais de envelhecimento nos tiram a capacidade laborativa é ponto de honra do estado oferecer esse direito. Como vamos fazer isso se não tiver dinheiro? Não querendo dizer que os sinais da idade tragam a impossibilidade de continuar trabalhando, mas pelo menos oferecerá a opção. Nesse caso que seja integral, pelo valor que recebe na ativa.

Por quê mesmo destaco a Reforma Previdenciária? Porque a nossa “Previdência” tem sido apontada pelos técnicos como um Titanic que dará conforto e bem estar, mas só enquanto não bater no iceberg que está bem adiante de nós, mais ou menos uma década. Isso é uma certeza. Muitos de nós enfrentaremos o problema. Então por quais motivos estamos sempre adiando o enfrentamento desse debate? Agora em 2016 foram as eleições municipais e em 2018 a mais importante que a de cargos majoritários, inclusive Presidente da República.

Será que ninguém se apercebe? Quem vier atrás que feche a porta? Lembro de alunos de Finanças Públicas em que o ensino da Contabilidade Pública se apesentava imprescindível para o entendimento. As notas baixas e questionaram? Porque o professor não aperta? Respondi porque vocês não se conscientizam dessa necessidade de estudar ! Ninguém queria encarar aquela necessidade. Será que vão ser todos reprovados para entender que é necessário estudar?

Será que vamos esperar o dinheiro acabar? Será preciso esperar o Titanic bater no iceberg para que todos se conscientizem da importância de fazer essa Reforma Previdenciária? E o que falta? Falta uma atitude de nosso Presidente dizendo o que precisamos fazer. Esse é o conselho: Já que não é candidato a nada, o que é mesmo que tem a temer? Seja esclarecedor e assertivo!

Transcrevo abaixo o que pesquisei na UNICAMP via NET: professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eduardo Fagnani. “O déficit vem de uma contabilidade inconstitucional, que não considera a parte do Estado”, afirmou, com a perspectiva de contribuir para desmontar a narrativa da mídia e do governo interino de Michel Temer, que sustentam a ideia do rombo para atacar o Estado social no país, cuja Previdência é um de seus pilares”.

Pois que nos ouça: A reforma PREVIDENCIÁRIA é ou não imprescindível? Sim senhor queremos saber e para que? Para que o mundo inteiro perceba (Agências de Ratings no meio) e o Brasil junto (mercado no meio) que não somos um Titanic? O Brasil sempre foi governado com vistas ao próximo pleito INFELIZMENTE isso é uma vedade. Isso é o que precisa mudar: Pensar no Brasil e não nas eleições.

O que aconselho então? Mais assertividade Presidente! Se necessário for, venha a público esclarecer com firmeza e atitude (queremos atitude) ou diga o que é mesmo que tem que mudar? Será mesmo só na forma de contabilização?

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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