É claro que o Banco Central vai ser obrigado a cortar os juros numa dimensão menor do que gostaria e poderia. É que o mercado voltou a preocupar-se com o futuro do Brasil. As incertezas sobre os ajustes indispensáveis e inadiáveis nas aposentadorias e sobre as mudanças necessárias e positivas nas relações trabalhistas aumentaram demais, e vão custar algumas dezenas de bilhões de reais em juros, na prática. Sim, porque o mercado precifica a incerteza e o Banco Central não tem opção, a não ser chancelar o humor do mercado.
As questiúnculas políticas e institucionais estão travando a retomada a tal ponto que os grandes bancos internacionais, a começar pelo acreditado Goldman Sachs, já estimam que a volta do crescimento econômico vai demorar, é possível e provável que não tenhamos crescimento expressivo nem em 2018.
Estamos chegando a um ponto em que essas operações especiais tipo lava-jato já não cumprem um papel exclusivamente saneador e começam a perturbar a ordem econômica e atrasar o progresso. Está mesmo na hora de tomar essa preocupação legítima em alta conta e rever ritmos e procedimentos. Imagina só o estrago que algo assim pode fazer se chegar pelo menos perto do sistema bancário.
O principal foi feito, chegou a hora de adotar a cautela. Bom senso e canja de galinha não fazem mal a ninguém, já dizia minha sábia avó, que viveu 100 anos.