Quando eu começar a contar as minhas histórias de como quase morri inúmeras vezes, talvez você imagine que, perto de mim, você vai sentir algo próximo ao “emocionante”.
Em um primeiro encantamento:
Talvez você me ache enigmática;
Talvez você me queira por perto;
Talvez você até se veja em algum estado de apaixonamento.
Quando me vir falando sobre coisas que amo e completamente apaixonada, é possível que pense que se eu me apaixonar por você, me doarei sem muito questionar com a mesma força que demonstro ao falar de minha paixões.
O que sei, ou o que temo, é que sempre que você chegar muito perto verá os meus buracos.
Estará cara a cara com as minhas inseguranças, que não são poucas, e verá a minha vontade de fugir e os tantos outros medos que carrego em cada história que vivi.
Entrarei em alerta, pois já doei muito e agora quero apenas receber. Serei egoísta – meu prazer, meu momento, meu recomeçar.
Ao passo disso, talvez você se sinta ameaçado com o meu desejo de liberdade e, então, te pergunto: Será que nesse momento eu ainda serei interessante pra você? Com o passar dos dias em que eu alternar entre ter muita energia e não querer fazer nada, você vai respeitar ou esperar sempre a “aventureira destemida”?
Será que você olhará para o tanto de marcas que meu corpo carrega e saberá lidar com a história de cada um delas? Será que lidará com meu desejo de falar, comentar e reclamar?
Será que lidará com minha sacanagem falada ou só o quer por perto quando você quiser usar meu corpo?
Será que vou te afastar quando eu, no meio de tudo, precisar parar e quiser chorar?
Será que vai conseguir estar perto quando eu decidir organizar tudo, começar um novo hobby, um novo livro ou uma nova profissão às 8h da manhã de um sábado de ressaca? Ou se você vai tolerar minha preguiça sagrada dominical?
Será que lidará com o tanto de desejo que tenho aqui dentro?
Será que todo esse movimento de expansão que o caos gera vai te impelir ou continuará te atraindo?
Saudações duvidosas, Nikita.