Brasil faz uma escolha melhor do que seus vizinhos – HAROLDO ARAÚJO

Não foram só as esperanças de notícias positivas, agora colhidas, que estimularam o aumento do percentual de uso da capacidade instalada da indústria, hoje em torno de 70%. Também não foi a certeza da redução dos juros com a continuidade do cumprimento do sistema de metas da inflação. As pequenas oscilações do câmbio se mantiveram dentro das expectativas de realização de negócios externos, com câmbio, juros e inflação dentro das previsões.

Um dos tripés de sustentação do Real (R$), o do superávit primário, com sua correlação direta ao saneamento das contas públicas, mostrará a importância da aprovação da reforma previdenciária. O aumento dos empregos em 841.000 postos criados com carteira assinada decorre dessa disposição de empresários de desengavetar projetos. O governo faz o mesmo ao encaminhar 4 PECS ao Senado e à Câmara, além de um projeto de Lei para discussão.

A disposição de firmar acordo de livre comércio com a China, por exemplo, representa a melhor intenção de promover a abertura da economia que poderá trazer mais negócios com o aumento da corrente de comércio. Guedes afirma que ninguém precisa temer a concorrência que se avizinha, porque a abertura será gradual e concomitante à desoneração tributária, capaz de oferecer igualdade de oportunidades nas cadeias produtivas brasileiras. Uma racional gradação.

Os governos passados criaram ou aumentaram alíquotas de impostos para melhorar a arrecadação. O Estado crescia também como o incentivador turbinando consumo. O atual governo quer dar competitividade aos geradores de emprego, com redução dos custos, inclusive dos entraves burocráticos e simplificação de modalidades de recolhimento dos impostos. Há propostas de redução carga e redução dos gastos públicos: “Menos Estado e Mais Economia”.

Essa é a razão pela qual a atratividade dos negócios se dará pela criação de oportunidades na economia e não pela disposição governamental de fiadora de setores específicos e desfocados ou desconectados da evolução econômica sadia. Os governantes contribuirão com medidas que favoreçam a modernização da capacidade logística, a exemplo da mobilidade urbana e transporte rodoferroviário, além de tributação mais justa ou próxima da concorrência externa

Estamos nos distanciando da necessidade de uso do protecionismo oficial e que era capaz de afastar empreendedores e até investimentos pelas desconfianças na continuidade de condições de negócios no Brasil. Ainda recente os empresários esperavam pela ação governamental ao adotar medidas que, ao longo do tempo, se mostrariam ineficazes e até destruíam um ambiente de confiança jurídica pela constante alteração de cenários, planilhas de preços e expectativas.

O bom empresário teria que ter proximidade com seu potencial de aproximação política e não com a efetiva avaliação do mercado. Incentivos para setores promoviam desarranjos nas potencialidades de outros produtores até internamente. Isso nos obrigava a nos manter fora de outros mercados mais promissores e com mais recursos do que o mercado interno, cujos efeitos protetivos caiam junto. Evidente que as respostas serão mais lentas, mas serão sustentáveis.

O entendimento dos chefes de poderes é essencial para que se concluam os ciclos de reformas e permitam aos brasileiros se somar à essa escolha bem melhor do que a de nossos vizinhos.

 

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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