Li que 9 ministros e uma Secretária de Governo se desincompatibilizaram para se candidatarem a cargos eletivos nas eleições de outubro próximo, com a seguinte distribuição: os ex-Ministros Onyx Lorenzoni, Tarcísio de Freitas e João Roma que ocupavam respectivamente os Ministérios do Trabalho, Infraestrutura e Cidadania serão candidatos ao cargo de governador; ao Senado concorrerão as ex-Ministras Tereza Cristina, Damares Alves e os ex-Ministros Gilson Machado e Rogerio Marinho, dos Ministérios da Agricultura, Mulher, Família e Direitos Humanos, Turismo e Desenvolvimento Regional. Ainda a ex-Secretaria de Governo Flavia Arruda concorrerá ao Senado também. Braga Neto, ex-Ministro da Defesa deverá ser o candidato à Vice-Presidência da República.
Esta movimentação dá azo a várias reflexões que tento organizar agora que a chuva parou. Alguns nomes tiveram pouca ou nenhuma atuação durante a gestão do atual Presidente da República, digo nada que faça o eleitorado pensar em votar neles, talvez por esta razão haja tanta preferência pelo Senado, já que são nomes que não entram na lista de prioridades dos eleitores. O cargo de senador não diz muita coisa para a pessoa que já leva consigo um papelzinho amassado com os nomes de candidatas(os) a presidência, deputada(o) federal e estadual. Afinal, o que o senador faz? Resumindo, o capital político de que nos fala tanto Bourdieu não é exigido de forma tão patente para este cargo. Já para governador são outros quinhentos.
O Onyx Lorenzoni foi deputado federal várias vezes no Rio Grande do Sul e se licenciou para exercer cargos na gestão atual do Presidente da República, deve ter capital político suficiente para a disputa mas precisará de muito apoio já que o Estado conta com vários nomes envolvendo PT, MDB, PSDB, PSOL, PP, PSB, PSC e PTC. Assim como ele, Flavia Arruda, Tereza Cristina, Rogerio Marinho e João Roma, já exerceram cargos políticos.
E com relação a Tarcisio de Freitas, Marcos Pontes, Gilson Machado, Damares e Braga Neto? Três militares, um médico veterinário/empresário/sanfoneiro e uma pastora/ evangélica/antifeminista/advogada serão apadrinhados o suficiente para fazerem a barreira de proteção necessária se o seu chefe ganhar a disputa presidencial. Mas, e se ele não ganhar? Conseguirão estes nomes transitarem no campo político sem o apoio e o objetivo estabelecidos anteriormente? Qual será o plano B. Gostaria muito de saber.