Parecem belas as palavras do novo ministro Nelson Barbosa quando fala da necessidade de implantação de um novo limite para o crescimento dos gastos públicos. Contudo, ao que dá a entender é que esse limite não existe. E só recentemente o governo vem se dando conta de que ele parece ser exponencial, pois vem aumentando significativamente até esse estrangulamento que já temos em 2015 com o déficit primário de quase R$ 120 bilhões.
Deixando claro em suas entrelinhas duas necessidades eminentes: uma, de conter o crescimento dos gastos previdenciários e o das despesas correntes. Visto que a situação previdenciária só tende a se agravar, pois hoje já representa mais de 20% do orçamento geral da União e só tende a crescer nos próximos anos, podendo elevar anualmente de R$ 20 a R$ 30 bilhões. Surge como ideia um aperfeiçoamento do recente fator 85/95, com a implementação de uma idade mínima fixa ou móvel de acordo com as mudanças demográficas.
Por outro lado, o líder do governo José Guimarães fala coisas sem muito nexo, no sentido completamente contrário. Muitas vezes dando a entender que não entende nada de economia ou do que os ministros tentam fazer. Ou querendo dar sinais de que o pensamento das bases políticas seja diferente. Deixando o mercado e os demais agentes econômicos sem saber efetivamente o que o líder do governo vai defender no Congresso.
Fica uma grande dúvida se o ministro Barbosa terá o apoio do partido do governo para implementar as medidas previdenciárias e trabalhistas. Pois fica claro: apenas discursos da necessidade da implantação de medidas já não surtem efeito, a desconfiança já está instalada. Precisa o ministro propor um pacote efetivo e com o apoio de sua base para os rumos da economia, com: mudanças no ajuste das contas públicas, flexibilização das leis trabalhistas, direcionamento dos leilões de concessões de infraestrutura e uma simplificação tributária.