Tanto o governo como o Banco Central têm todo o interesse do mundo em adotar políticas bem sucedidas de modo a trazer de volta o crescimento econômico como quer o ministro Meirelles do Ministério da Fazenda e de forma tal que, para isso e com a melhora do crescimento, não abandonemos o necessário controle da inflação como deseja Ilan Goldfajn do BC. Evidente que essa harmonia fará bem ao país na busca desses objetivos da Fazenda e do BC.
Assim é que se tem uma inflação em 2017 dentro da meta e de modo a permitir a redução dos juros para satisfação do sonhado crescimento econômico capaz de resgatar os empregos perdidos. Os analistas mais cautelosos entendem que a reunião do COPOM para os dias 11 e 12 de abril será marcada pela cautela em torno dos percentuais de redução ainda em 0,75% a.a. e que irá trazer a SELIC para 11,5% a.a. o que soaria como música nos ouvidos da nação.
O editorial do jornal “Estadão” faz referência à taxa de juros estrutural da economia brasileira quando se pretende avaliar as condições de crescimento em prazos definidos. Como se pode verificar há sim a preocupação em criar um ambiente propício ao bom funcionamento da nossa economia. Os empresários querem fazer suas projeções e formar cenários. Pelo que se depreende da apreciação dos autores sobre o trabalho do COPOM, não há questionamento do limite percentual da redução, mas uma preocupação em como fazer previsões.
Dessa forma seria necessário definir o que se entende por juros estruturais para se estabelecer a importância da visão do crescimento também a longo prazo. Conforme dissemos acima no título a elucidação das razões para a curva estabelecida é importante compreender o raciocínio do COPOM expresso no relatório. O relatório é seguramente bem centrado nas condições gerais de funcionamento da economia. Será que ali já poderíamos verificar até quando se terá esse ritmo de queda? Não!
Como não há referência às taxas futuras e nem estrutural, sabe-se que só se decidirá na reunião, haveríamos de entender como pensam os componentes acerca das condições gerais de funcionamento da economia e como afirmam os analistas do editorial do Estadão, (aspas para o entendimento) “ Para decidir com segurança até onde irá a redução dos juros seria bom conhecer a tal taxa estrutural.
Portanto precisamos ver quais os fatores determinantes para a decisão e certamente a leitura da última Ata do Copom indicaria sim. Os analistas apontam a seguir (aspas novamente) : Não há nenhuma referência numérica a essa taxa na ata da última reunião, mas há indicação dos fatores determinantes: “ Avanço da produtividade, perspectivas da política fiscal, o ambiente de contrato e negócios, a eficiência na alocação de recursos do sistema financeiro e a qualidade das políticas econômicas”.
Concluem dizendo que essa taxa estrutural é compatível com um cenário de crescimento econômico e estabilidade de preços. O comentário se destina a dizer que poucos analistas e empresários se detêm na análise dos boletins, relatórios e Atas daquele Conselho para suas manifestações. O Editorial do Estadão estabelece a necessidade de uma gestão responsável e competente das Contas Públicas para a criação das condições determinantes da taxa de juros estruturais.
Concluem ainda que: “ A ação do BC pode contribuir para a estabilização e para a retomada do crescimento, mas a criação das condições determinantes da taxa de juros estrutural depende de várias outras fontes”. Volto a frisar a importância do bom entendimento entre BC e Fazenda para sucesso da política de ambos.