Ao som da repugnância social, por Danilo Ramalho

Há maneiras interessantes para identificar o grau de perversão em que uma sociedade se encontra. A observação pode ser em termos de valores e comportamentos, por exemplo, antevendo a direção que tudo isso vai seguir, colocando em risco o alicerce social.

Há séculos, um dos muitos imperadores que governaram a China, para saber mais sobre seu vastíssimo império, ordenou que dividissem o mapa do país em várias regiões menores. Para cada uma delas enviou emissários. Ora, tal decisão foi vista como de grande sapiência, afinal, nem durante uma vida toda o imperador poderia conhecer seus domínios e súditos. Assim, a ordem foi cumprida. Pronto, fim de nossa história. Até nosso próximo artigo.

Ah, sim. Por que a divisão do território chinês? Bem, na verdade o que o imperador buscava mesmo era saber como andava a cultura de seu povo, ou seja, os valores morais, o comportamento em sociedade e coisas assim, que fazem povos prosperarem, evoluírem ou sucumbirem. O que os tais emissários imperiais deveriam fazer era tão somente ouvir as músicas, compostas, tocadas e cantadas pelos habitantes da região. Dependendo das letras e dos ritmos dançados, o imperador saberia ser necessário uma intervenção ou não na condução social e na reeducação de seu povo.

Agora, deixando a milenar sabedoria chinesa de lado e voltando à nossa secular ignorância materialista, responda:

Você acredita ser pura coincidência estarmos vivendo uma situação de depravação moral, ética, social, comportamental, cultural, religiosa, de violência, de pequenos e grandes atos de corrupção e de ataques à família estando tudo isso embalado pelo que tocam as Rádios, emissoras de TV, festas e bares?

Quem souber entender, que entenda.

Agora sim, that’s all folks e que Deus nos ajude.

Danilo Ramalho

Jornalista, Consultor e Professor na Academia da Palavra

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Jornalista, Consultor e Professor na Academia da Palavra