Amor: virtude e paixão

Na esfera da afetividade humana, quase todos os filósofos estão de acordo em assinalar um papel fundamental ao amor. Isso foi feito sobretudo por Platão, Aristóteles, Spinoza, Hobbes, Freud, Sartre, Blondel e Marcel.

Platão situa o amor numa moldura metafísica que potencia a sua função e o seu alcance espiritual, onde se desenvolve entre dois pólos – o Bem e as Ideias por uma parte e a Alma (Phsyché) por outra, onde a a Alma é carente de felicidade e estabilidade que sente aspiração, o desejo (Eros), a atração do Bem e do mundo ideal e imortal. Esse conceito de amor platônico, entendido como privação e desejo é mantido e inalterado também na metafísica de Aristóteles: É o amor que move a matéria e todas as coisas deste mundo em direção ao seu objetivo final, Deus. Além disso, Aristóteles acrescenta, como papel fundamental do amor, o valor moral…

Nas filosofias de aspiração cristã, o amor conserva o valor de um ato vital, já Freud, o retoma como lugar de impulso fundamental de tudo o que o homem pensa e faz; mas não é mais concebido como o eros platônico, essencialmente orientado para o Bem, nem como Caritas cristãs, participante do amor divino, mas simplesmente como instinto fisiológico.

Dessa breve panorâmica histórica podem ser tirados alguns ensinamentos acerca do amor antes de tudo, o amor constitui uma dimensão fundamental da natureza humana: é a mola de cada desejo e de cada ação. Em segundo lugar, o amor pode ser explicado de modos diferentes, dada a complexa natureza do homem.

De modo espiritual, carnal, egoísta ou altruísta, Secundário se voltado para si mesmo ou para os outros. Ainda, sendo o amor, um sentimento primário, ele possui um dinamismo instintivo, mas, já que o homem é dotado também de razão e de liberdade, pode controla-lo e exercê-lo livremente. Enfim, o amor não constitui um valor, a sua bondade ou malícia é determinada pelo objeto (pessoa) ou pelo a que é voltado ou pelos motivos para os quais é exercido.

Battista Mondin ou B. Mondim como é conhecido, é natural de Vicenza (Itália, 1926), doutor, Ph.D em História e Filosofia da Religião pela Universidade de Harvard (EUA), professor de filosofia Medieval e Antologia em várias Universidades italianas. (HQ)

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SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.

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