A inteligência sempre foi foco de interesse geral, pois é o que distingue o homem de todos os demais seres vivos e proporciona controle e domínio da natureza. Além disso, na vida em sociedade, muitas vezes confere distinção social e profissional. Ao longo da história, várias explicações foram dadas para entender essa capacidade e porque ela se sobressai em algumas pessoas em relação às demais.
De associação a forças sobrenaturais a estudos científicos, não foram poucas as tentativas de fundamentar as razões para as capacidades diferenciadas de alguns indivíduos. Já se chegou a apontar algo de sobrenatural na inteligência, que superaria a realidade física, fruto que seria da ação de deuses e espíritos, ao conceder um alto rendimento intelectual a um seleto grupo de pessoas.
Em breve relato histórico do início do século XX, a inteligência além de ser vista como um fator imutável e inato, estava relacionada unicamente à capacidade de aprender. Mais tarde, passou-se a buscar entendimento segundo o qual o rendimento de uma pessoa varia conforme a tarefa e a disciplina.
Ao longo do tempo, estudiosos foram aprofundando a temática. O conceito de inteligência passou a compreender múltiplas perspectivas, como a competência musical e a lógico-matemática, por exemplo. Ainda, foi superada a ideia de que a genética seria o único fator a influenciar nas características das altas habilidades, visão que já teve larga aceitação.
De causa multifatorial, para determinação da inteligência ou altas habilidades, entram em cena aspectos como ambiente, oportunidades, estímulos, aos quais a criança está exposta desde o nascimento.
Compreende-se como sendo uma criança com altas habilidades, dita superdotada, aquela que apresenta mais desenvoltura em determinada área específica significativamente maior se comparada à média da população em geral. Existem testes capazes de afirmar se uma pessoa tem um grau diferenciado de inteligência.
Geralmente surgida na idade pré-escolar, tal capacidade se manifesta em características como grande curiosidade, expressão oral elevada para a idade, liderança, dentre outras. As crianças desse grupo buscam constantemente novos conhecimentos, possuem interesses variados e, em regra, são perfeccionistas.
Ao contrário do que muitos pensam, essas crianças altamente capazes necessitam de apoio. É muito importante fazer certos ajustes na educação deles a fim de garantir a expressão e desenvolvimento de todo o seu potencial.
Também é necessário garantir que a criança desfrute de uma socialização saudável, capaz de agregar vivências afetivamente enriquecedoras, de modo que essa inteligência superior não se torne um fator determinante de um convívio social difícil e desagregador com as demais crianças.