A prática do voto, por Danilo Ramalho

Sim, o eleitor brasileiro está cada vez mais preparado para exercer a cidadania através do voto. Uma democracia só se torna madura com a maturidade de seu povo e isso vem acontecendo a cada eleição e já ganha corpo para este ano. É como um treino. Depois de duas décadas de regime militar, quando o voto direto estava proibido, o povo se tornou distante da prática democrática. Se não praticava não poderia saber eleger bem. Um exemplo prático está em nossa primeira eleição direta para presidente. Sem experiência no assunto, escolhemos um governante que sofreu um processo de impeachment pouco mais de dois anos de sua eleição. Repito, éramos inexperientes no assunto. Depois de duas décadas e meia com democracia, porém, estamos ficando mais atentos sobre quem merece nosso voto. Como diz o velho ditado: “É fazendo que se aprende!” Assim é com o voto.

E mais, uma coisa leva a outra. Se os eleitores amadurecem os políticos tendem a seguir o mesmo processo, porém, de forma mais lenta. O Brasil continua cortado de Norte a Sul por contrastes antigos, tais como pobreza, má distribuição de renda, acesso restrito a bens e serviços, ou seja, situações que são aproveitadas por políticos inescrupulosos. A velha moeda de troca ainda teima em persistir: “Você me dá seu voto e eu lhe dou um saco de cimento, uma consulta em um médico, uma vaga de emprego ou uma cesta básica”. Mas, a tendência é que os velhos políticos e suas práticas desapareçam. A morte também chega para eles.

Essa classe – a dos políticos – não é nada ingênua e já percebeu que se não mudar o desgastado discurso não chegará ao poder ou será posto para fora dele. Tudo é uma questão de tempo e, de novo, prática de votar… E de protestar.

Continua…

Danilo Ramalho

Jornalista, Consultor e Professor na Academia da Palavra

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Jornalista, Consultor e Professor na Academia da Palavra