As novas formas de ativismo ideológico despertaram o extremismo do fundamentalismo religioso.
Na Faixa de Gaza, entre as reservas de fé do monoteísmo cristão, judaico e islâmico, foi reativada a inspiração das guerras santas do passado.
Descobriram-se bruxas e feitiços aos quais algumas criaturas dominadas pelos impulsos da intemperança aprestam-se a dar combate.
Os judeus, vítimas dos abusos das milícias guerreiras, desde tempos imemoriais, recobram a trágica condenação de vítimas no processo de condenação dos novos “progrooms”, montados pelos mesmos inimigos ancestrais de sempre.
Alguns destes povos eleitos de Deus, adiantam-se, agora, para incluir na lista dos pecadores os carecidos de fé e o ateísmo — a heresia —, traço persistente das velhas discriminações do passado.
As ideologias autoritárias do Estado fecham esse quadro de intolerância religiosa com a restauração da discriminação primitiva.
“Deus o quer!” — “Deus lo vult!” — e as armas do convencimento, “Negotium Crucis” (as Cruzadas), de Urbano II. A “guerra justa”, “bellum iustum”, em sua plataforma teológica do cristianismo e o “Crês ou morres” islâmico armam o castigo reservado aos hereges pelas suas tenências contra os signos e os artigos da Fé.
“Sanctus Bellum” é um conceito que confere aos conflitos armados, no plano religioso, as virtudes guerreiras de uma peleja justa, em defesa das razões indiscutíveis da fé.
Deste quadro de prospecções a céu aberto, nos sítios da credulidade e da fé, extraem-se novos conceitos de liberdade e de energia para a punição das almas recalcitrantes.
O tempo, entretanto, não respeita limites. Já não se abençoam os estandartes dos exércitos antes de uma batalha campal em cujo chão quedarão os corpos dos vencidos. Lutam os homens, súditos e soberanos de uma nova era, pelos contraditórios ideológicos que cercam o poder do Estado.
Guerreiam pelo passado, indiferentes aos desafios do futuro.