- Foi com a melhor intenção de salvar vidas que o presidente adotou uma atitude de negar o perigo da doença, mesmo que os médicos advertissem de que era grave e capaz de matar, já que não havia cura nem tratamento conhecidos.
- Estava bem intencionado quando disse que era apenas uma gripezinha ou um resfriadinho e que era preciso enfrentar, e, se temos de enfrentar, quanto antes melhor.
- Foi coerente quando não tomou nenhuma medida preventiva, apesar das informações dramáticas que vinham de muitos países. Claro, ele foi contra o distanciamento social e a suspensão das atividades que aglomeravam pessoas.
- Não é certo gastar o dinheiro público aplicando testes e mais testes e localizando os infectados e agindo preventivamente contra a propagação da doença.
- Aquele estado nordestino pediu ao presidente para fechar o seu próprio aeroporto a voos estrangeiros. O presidente só pode ter agido de boa fé quando negou. Foi só coincidência que este estado foi um dos mais afetados no início. Depois o governador conseguiu na Justiça a ordem de fechamento do aeroporto.
- É muito inteligente da parte do presidente não tomar medidas contra a pandemia. Sobretudo foi inteligente e bem intencionado impediu pelo maior tempo possível que governadores e prefeitos agissem em defesa de suas populações. Reflita, você é tão inteligente quanto o presidente.
- Foi genial o presidente quando não permitiu que o Ministério da Saúde e o próprio Governo Federal agissem como coordenadores nacionais no combate da pandemia. Ora, bolas. Essas coisas fazem parte da vida e o governo não deve se meter. Deixa estar, deixa acontecer.
- O presidente agiu correto ao demitir o ministro da Saúde que estava agindo contra sua orientação e estava tratando a questão com transparência e dando apoio ao SUS e aos profissionais de saúde. Afinal, ministro do governo do presidente tem que ficar abaixo dele, obediente a ele e essa história de transparência e de SUS é besteira grossa.
- Quando o presidente disse que não era coveiro, ele apenas quis fazer uma homenagem aos coveiros. O presidente não estava, nem de longe, mostrando sua falta de empatia com os mortos, seus amigos e familiares.
- Quando o ministro da Saúde nomeado propôs um plano amplo e sério de testagem e controle rigoroso da expansão da doença, o presidente o demitiu. Claro. Não era isso que o presidente queria. O que o presidente queria era que todos tomassem cloroquina, seja de forma curativa, seja de forma preventiva. Que tomem cloroquina, porra!
- Ora, se o presidente era contra o isolamento e os testes, nada mais natural que ele também fosse contra o uso de máscara. Daí que o presidente não usasse máscaras e fizesse aglomerações. Assim, como ele é presidente, a imprensa divulga e uma parte da população mais tolinha vai aderir a seu projeto de morte, quer dizer, a seu projeto geral.
- O presidente passou o primeiro ano de governo dizendo que nada podia fazer contra o desemprego e a recessão, que isso não era problema dele, que o governo não cria empregos, que isso é coisa do mercado. Bastou instalar-se a pandemia, e o presidente mudou de posição e passou a defender o emprego e preocupar-se com o crescimento da economia. Claro, agora ele tem um culpado, um bode expiatório perfeito. Desemprego, recessão, claro e evidente que a culpa é dos governadores e prefeitos!!
- O presidente tem muito amor e compromisso com o povo brasileiro. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Tem que ir em frente, de nada adianta observar o que acontece no mundo inteiro, de nada adianta seguir o que dizem os cientistas e os estudiosos. Não se pode acreditar em números. Basta por em dúvida os números, basta por em dúvida a ciência, as pessoas vão acreditar no que ele disser, pelo menos a metade, o presidente vê a vida como um par ou ímpar. Você divide as pessoas, elas brigas entre si. E ele se sai bem, malandragem da boa.
- Agora, o presidente está empenhado em desacreditar a vacina. É preciso dar apoio ao presidente. Vacina deve ser coisa de comunistas, de boiola.
- Agora, tem que dar a cartada. Ele, o presidente, tem que se posicionar como um grande líder e jogar seus solados contra o fogo inimigo. Que vá em frente o povo contra as baionetas e contra as metralhadoras. Quem não for é porque é fraco, é boiola, como os maranhenses que tomam o guaraná Jesus. Seus maricas!!
- Claro que o presidente vai usar a Anvisa para frear o processo de aprovação de vacinas, principalmente aquela vacina comunista e paulista ao mesmo tempo. Porra de vacina! Está coberto de razão o presidente, ninguém precisa ser obrigado a tomar vacina.
- Finalmente, tem que dificultar, atrasar e sabotar a aplicação das vacinas. Diabo de gente frouxa e teimosa. Acabou, porra!