Todas as escolhas precisam de coragem, por Haroldo Araújo

Os caminhos a serem trilhados pelos governantes em todos níveis e esferas da gestão pública sem exceção nas escolhas, vão precisar de amparo em medidas que nunca foram sequer pensadas pela impopularidade que geram e para isso precisarão de apoio no parlamento! Governos e povo precisarão também compreender a gravidade dos problemas que União Estado e Municípios estão sendo desafiados a encarar.

O Brasil é uma Federação e a situação atual não permite tergiversação. Sempre que os projetos de maiores dimensões ficam fora da capacidade orçamentária dos estados, é a União quem entra com uma parcela dos recursos para a viabilização do empreendimento e assim também acontece quando somas elevada de garantiasd são exigidas ao próprio tomador e esse aval da União se dá de forma implícita mesmo quando não há autorização prévia.

A União é portanto a garantidora financeira junto aos bancos emprestadores de que aquele empreendimento será cumprido e pago na forma proposta. O Presidente da República à frente do Orçamento da União desejaria que os Estados tivessem igual responsabilidade na gestão. Isso não vem ocorrendo pelo menos no que diz respeito aos respectivos orçamentos. Diz-se que algo precisa mudar o mais tardar ontem.

O Brasil só conseguirá oferecer segurança aos investidores se contar, também, com uma economia competitiva e capaz de trazer de volta a confiança na gestão pública que desfrutamos em passado recente nos rumos da nação. A atratividade de investimentos e a confiança no futuro são irmãs gêmeas da gestão pública responsável. Como não é responsável aumentar impostos para equilibrar orçamentos.

Essa missão de fiador em última instância de estados e municípios é uma das funções do governo federal.Se as condições internas, a exemplo das contas públicas estiverem saneadas não haverá questionamentos capazes de abortar um projeto de investimentos que exija prazos de maturação como são os grandes investimentos. O Brasil precisa ser um país que ofereça oportunidades de negócios para trazer de volta os investidores e empreendedores! Com eles os empregos voltam.

Os aplicadores em títulos e bolsa também migrarão se algo não for feito. Num país que vem acumulando déficits , impende que se faça algo para afastar perigosas situações de “Default”… Parcelamento ou alongamento de dívidas de 21 do Estado Federados são cogitados. A ajuda solicitada ao governo da União é outro problema que se soma aos esforços para sanear as suas próprias Finanças. Imagine que o próprio fiador precisa também fazer saneamento.

As despesas com pessoal da União e Estado e Municípios crescem de tal forma que estão ameaçados de serem os governadores transformados em gestores de uma imensa folha de pagamentos! Assim já não há condições para uma gestão orçamentária com receitas minguando e despesas obrigatórias em alta. A manchete de jornal de circulação nacional: Governo do Rio tem suas contas bloqueadas nesta segunda-feira, porque deixou de pagar R$ 170.000.000,00 à União.

O que nos levou a essa situação? Esquecemos de aumentar a produtividade e embarcamos num modelo consumista! Num momento em que a situação se mostrava favorável com o Real sobrevalorizado, os governos incentivaram os gastos indiscriminados! Podia até gastar em Miami e os produtos lá adquiridos eram vendidos a preços que o Brasil não poderia competir. Nossa arrecadação (Receita Pública) era exportada e as despesas ficavam aqui mesmo. Uma verdadeira farra! Intervenções governamentais na economia são políticas fracassadas e esgotadas com o fim do “Estado interventor”. Os estados da federação pedem ajuda para pagar o décimo terceiro salário.

Como se isso não bastasse até os estudantes desorientados, porque orientados é que não estavam, ao invadirem as escolas promovem o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio com prejuízo intangível de 270.000 alunos com prova para 4 de dezembro e prejuízo financeiro de R$ 15.000.000,00.

Assim, a União que deveria oferecer a necessária segurança e garantia à nossa recuperação, também vem sendo acossada por significativa parcela de contrariados políticos. O que falta é a compreensão de que estamos todos no mesmo barco: União, Estados e Municípios e povo em geral. Precisamos unir forças parta não piorar as coisas e oferecer um mínimo de esperança na retomada do crescimento que nos trará de volta os empregos.

E a coragem de que falamos? É a coragem para mudar e encarar as dificuldades que só serão superadas com o mais amplo apoio da sociedade como um todo.

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