A cada novo dado sobre a economia brasileira, nos vem a perspectiva de que a economia brasileira está muito ruim, mas a tendência é de que irá piorar ainda mais. A grande indagação é quanto ainda vai piorar? Dados recentes levam a essa sensação. Segundo o último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), agravou-se a expectativa de encolhimento da economia do Brasil em 2015, a previsão passou para contração de 1,5% do PIB, uma piora em relação à estimativa anterior, de redução de 1%. Já para 2016, a expectativa ainda é de crescimento, porém a previsão de expansão diminuiu de 1% para 0,7%.
Dados semelhantes são apresentados pelo relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reduziu as estimativas de desempenho do PIB e da atividade industrial para 2015. A previsão é que o PIB fechará o ano com uma retração de 1,6% e que o PIB industrial recue 3,8%. Essa queda do setor industrial se deve às quedas de atividades como a da indústria de transformação (-6,4%) e da construção (-5,2%).
Juntam-se a isso os dados da inflação. No primeiro semestre, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 6,17%, muito próximo da meta do ano que é de 6,5%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 8,89%.
Paralelos a isso os dados do desemprego e renda não são nada animadores. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu nos últimos três meses até maio deste ano e chegou a 8,1%, e o rendimento médio real do brasileiro atingiu R$ 1.863 no período, ficando estável em relação ao trimestre imediatamente anterior, de dezembro a fevereiro de 2015, que foi R$ 1.877. Já o rendimento do mesmo trimestre do ano passado foi R$ 1.870. Mostra que está havendo perda de capacidade de crescimento da renda e redução em relação aos períodos anteriores. Ou seja, a expectativa é de que a situação do mercado de trabalho se deteriore ainda mais; com o aperto monetário, o consumo e a confiança do consumidor em queda, as condições financeiras piores devem levar a uma maior taxa de desemprego e uma estabilidade do salário real.