Podemos comemorar essa decisão verificada no governo atual e por que isso é bom? Os juros não caem desde 2012 e foram 4 anos de seguidas altas, mas as críticas acerca do patamar são dirigidas aos gestores da moeda e do crédito. Os juros não sobem ou descem por decreto, mas por severo e diuturno levantamento de resultados estatisticamente amparados em uma observação atenta do mercado pelas seguintes comissões COPOM (Conselho de Política Monetária), COMOC (Comissão Técnica da Moeda e do Credito) e pelo Órgão Oficial BC.
O trabalho realizado por importante segmento do SFN (Sistema Financeiro Nacional) conhecido como bancos comerciais e que ao fim do dia apresentam situações diferentes em resultado final da apuração de suas operações de crédito firmadas. Assim sendo há tomadores e doares de recursos e essas deficiências ou excessos podem ser solucionadas no próprio mercado com base na taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).
O sistema fica a cargo do BC no sentido de promover o controle na emissão, compra e venda dos títulos que tanto podem ser privados ( CDI) como públicos (LFT) por exemplo. Presume-se que a trajetória de alta de 7, 25% até 14,25% e que se deu no período de 4 anos (2012-2016) tinha motivações certamente justas. Agora as coisas mudaram (O cenário é diferente) e os juros terão { É o que se espera} uma trajetória de queda e trazendo com isso um estímulo ao empreendedorismo e aos investimentos no setor real da economia.
Há também, no momento, razões para a queda da Taxa Selic, a exemplo do Índice de Atividade Econômica do BC [ IBC BR ] com queda de 0,91% em agosto/2016 sobre julho/2016. Sabe-se que o IBC BR é sinalizador de outro indicador: O PIB. Sabe-se também que foi a maior redução verificada desde julho de 2015: Queda de 1,2%. Esperavam queda de 0,69% (Reuters). Pontual era o esperado pelo Bradesco: 1,1%. O tombo no ano de 2016 é de 4,98% ou 5,42%. Nos últimos 12 meses e sem o ajuste sazonal a retração é de 5,48%. O AZUL {PIB positivo} só chegará no último trimestre do ano.
Para ter efeitos que não serão imediatos com a redução de 0,25% nos JUROS, os empresários contam com a volta da confiança e das perspectivas de retorno da inflação para a meta de 4,5%. Esse cenário favorece os investimentos e certamente a geração de valor adicionado com o incremento das vendas com mais impostos a serem arrecadados e a volta do emprego. Muitos empresários se queixam dessa redução de forma lenta e é fácil verificar porque isso não é possível.
Todos sabemos que a taxa de juros se não é o único instrumento de política monetária em poder do Banco Central, é certamente o mais “Forte” e não é o único porque ele (BC) tem outros a exemplo do “Depósito Compulsório”. Sabemos também que este instrumento (Depósito Compulsório) que obriga os bancos a depositarem parte de seus ativos financeiros (depósitos à vista e à prazo) no Banco Central é importante componente no custo do crédito. Acontece que a taxa de JUROS afeta a todos por igual.
O momento em que atravessamos essa difícil quadra de dificuldades, herdada de governo anterior (intervencionista) mostra que não devemos incorrer em erros do tipo que “se acha” e fica no alto de uma torre de marfim! Ao contrário precisa entender que há necessidade também de ter muita cautela. Na composição dos custos do crédito há outro vetor que é o da “Inadimplência! Os balanços das empresas mostram endividamento irreal e subavaliado pelas renovações e repactuações de contratos.
Então, esse patamar de juros embute: Inadimplência, Compulsório, Impostos, Selic e o custo administrativo. Essa composição entra em cima dos números a serem apropriados acima da desvalorização próxima de 7%. As apostas na BMF Bovespa se referiam a contratos próximos de 75% apostando na redução de 0,5%, fato que pode evidenciar que medidas radicais seriam também mal recebidas. Foi-se o tempo da heterodoxia. Os mais otimistas apostavam em 0,5%.
A redução foi possível graças às expectativas de queda da inflação, haja vista a comemoração do último índice mensal de 0,08%. Para não encher a cabeça do leitor de tantos números e economês, falo de um país que comemora o fim da recessão em dezembro/2016.
O BC e Fazenda participam dos Conselhos apontados e há sim a preocupação em harmonizar políticas que favoreçam a consecução de objetivos de controle de gastos de modo que a política fiscal seja coerente com os esforços de combate à inflação.
Concluo meu artigo dizendo que o Banco Central nunca deixou de observar a economia como um todo. Agora também não vai ser diferente, entra governo sai governo e a estrutura do Sistema Financeiro Nacional mantém a mesma solidez de quando foi implantado o Real e que continua como moeda forte.
Aqui ressalto a grande importância das Instituições democráticas que dedicam o melhor de seus esforços em prol da estabilidade financeira (primeiramente) para que possamos alcançar a estabilidade econômica que se desenha com a harmônica atuação de “Instituições de Governo” com as “Instituições de Estado” como é caso do Banco Central neste particular.