Pequena e abreviada história política contemporânea do Brasil (sem a parte alegre)

I –

Os da minha idade, nascemos em uma ditadura, o Estado Novo.

II-

Não demorou, já em 1954, novos arrotos totalitários fizeram-se sentir.

III –

Em 10 anos, aí pelos anos 1964 e por longos 25 anos, uma revolução de mandarins e militares e vivandeiras mostrou a sua cara em solo pátrio.

IV –

Em 1985, fez-se uma luzinha no túnel do nosso autoritarismo. Veio, então, em 1988, uma Constituição, dita cidadã, obra incompleta, ainda hoje com parte do lombo constitucional a aguardar regulamentação. Como afirmação e omissão de propósitos não realizados, este exercício de legalidade adiada foi apropriado pela esquerda.

V –

Por último, um longo e hesitante interregno de democracia moldada segundo os nossos desvios culturais e políticos, abriu-se para um período de desconstrução institucional e proliferação de indisfarçáveis soluços democráticos.

VI –

Já agora, caídos nas garras de lideranças mal constituídas e de uma estrutura partidaria suspeita e corrompida, visitamos os ensaios de um Estado sob controle da censura que, a crer nos sucessos contabilizados, tem um belo futuro autoritário pela frente.

EPILOGO –

O povo, aparvalhado que reflexões já não faz diante do destino peninsular herdados pelos filhos deste solo gentil, cruza os braços e tenta descobrir como poderá participar desta festa do bode.

POSFÁCIO –

Afinal, ou todos somos patriotas, ou nos locupletamos das vantagens de sermos brasileiros…

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