A origem de todos os males, por Jana

É preciso uma boa margem de ignorância ou uma boa dose de má-fé para se fazer qualquer crítica ao comportamento do Banco Central do Brasil e ao seu presidente, o economista Ilan Goldfjn, por causa da volatilidade e da especulação em torno da taxa de câmbio. Os adeptos derrotados do populismo de esquerda querem obter à força uma taxa de câmbio estável, quando se sabe que o sistema brasileiro é de taxas flutuantes. Os radicais e fanáticos do intervencionismo estatal desejam que o Banco Central atue para evitar movimentos naturais de flutuação da taxa de câmbio e a especulação típica dos mercados de moeda. Certo está o presidente Goldfajn em deixar a flutuação acontecer e a especulação produzir o seu efeito óbvio sobre os mercados, que é fornecer liquidez, tanto para quem compra acreditando que vai subir, como para quem vende pensando que vai cair. Que fique bem claro: não está nas obrigações do Banco Central qualquer meta ou responsabilidade sobre a taxa de câmbio – ela é flutuante. O Banco Central atua e deve atuar apenas para dar liquidez ao sistema e garantir a saúde dos agentes do mercado, nada de querer estabelecer pisos e tetos para a flutuação.

É, portanto, injusta e indevida qualquer crítica ou cobrança que se faça sobre a oscilação maior ou menor da taxa de câmbio nessas bandas tropicais, seja ao Banco Central como instituição, seja a seu presidente como sua liderança técnica e política mais qualificada. Não tem a menor importância ou expressão fiscal relevante se o BC ganhou ou perdeu com as operações que fez nos mercados à vista ou a termo, posto que sempre se poderá argumentar que ele agiu para evitar um mau maior, por um lado, e para garantir o saúde do sistema, por outro. Afinal, a saúde do sistema financeiro é a base da saúde de toda a economia, talvez de toda a nação.

Aliás, que fique bem claro e que se repita à exaustão: essa especulação, no fundo, bem no fundo, tem sua origem na parte interna das grades da prisão de Curitiba. Pois é de lá que vem o medo, base de todas as expectativas negativas dos agentes financeiros. O temor, de certa forma racional, é que os humores da população ingênua levem o Brasil de vota ao passado e se percam os bons efeitos que as reformas podem trazer no futuro para nossos filhos e netos.

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