O país nas páginas reescritas da história política, por Danilo Ramalho

Não há outra definição: o Brasil é um país para quem tem mesmo estômago. Não é para amadores, mas para historiadores e os gringos brasilianistas que nos visitam. A política é, de longe, mas muito de longe, a fonte mais caudalosa que pode-se enxergar.

As forças maléficas que acinzentam nossa pátria neste Século XXI são apenas velhos sons que ressoam em nosso DNA tupiniquim. No livro TESTEMUNHO POLÍTICO, que resolvi re-reler para não esquecer os bastidores do poder, deixa tudo muito claro sobre o jeito de fazer polí(é)tica. Fica claro também que os facínoras que foram empoderados nos últimos anos são apenas e tão somente ladrões. Não buscavam poder, como os personagens reais e históricos do livro do inspirador jornalista MURILO MELO FILHO. Fascinar-se pelo poder é compreensível, dada a alma decaída do homem, mas pelo dinheiro, e tão somente por ele, é de abandonar qualquer tipo de reflexão.

Os homens públicos destes anos pós-modernos estiveram interessados – desgraçadamente ainda estão! – apenas pelo dinheiro. A honra, que até os bandidos faziam questão de mostrar, desapareceu nos corredores do poder. Os nomes de deputados, executivos, senadores etc., hoje facilmente lembrados por qualquer brasileiro médio estarão, futuramente, em livros escritos por jornalistas e historiadores, imortalizados, nas páginas da vergonha. É apenas uma constatação e desabafo de quem teima em amar estas terras, mas se vê, a todo momento, querendo deixá-la.

Que leiam ao menos trecho da obra, quando fala da criação da Petrobrás, o símbolo maior do achincalhe nacional feito pelas mãos de uma geração de ignóbeis.

Reproduzo parte da página 125, de Testemunho Político, abrindo com o comentário do próprio Getúlio Vargas:

“Eu já me contentaria com a aprovação pura e simples da criação da Petrobrás. Mas, se a UDN, além disso, ainda quer o monopólio estatal do petróleo, eu aceito e não reclamo’. Sancionada a Lei, que tomou o nº 2.004, datada de 3 de outubro de 1953, seguiu-se o problema da escolha do primeiro presidente da Petrobrás, recaindo a nomeação na pessoa do Coronel (udenista) Juracy Magalhães […]”

Assim o que viria ser a maior empresa brasileira entrou nos livros de história.

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