A falta de dinheiro no caixa do governo está levando a procurar recursos em todos os lugares. Chegando agora a vez dos possíveis recursos de brasileiros e empresas em outros países. A proposta busca facilitar a repatriação de ativos mantidos no exterior. Medida semelhante já adotada por outros países como Reino Unido, França, Itália e outros, onde se supõe que a evasão de divisas vem crescendo significativamente em tempos de globalização.
O governo busca arrecadar até R$ 20 bilhões este ano. Onde, metade desse recurso seria destinada ao cumprimento da meta do superávit primário e; a outra parte os dois fundos, criados na medida provisória 683, que irão restituir as perdas dos estados com a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e financiarão projetos de infraestrurura em regiões menos desenvolvidas.
Várias indagações a respeito do assunto surgem, como: essa medida será capaz de arrecadar o montante pretendido?; Quais os efeitos morais da descriminalização dos recursos não declarados pelos contribuintes?
Pela repatriação dos recursos, os contribuintes seriam anistiados de qualquer processo administrativo pelo Fisco. Ficaria a cargo do sistema financeiro a separação dos recursos para identificar recursos provenientes de tráfico e de lavagem de dinheiro. A partir daí é que os casos seriam denunciados às autoridades, o que, segundo o governo, afastaria o capital de origem criminosa. Contudo, quem incorreu em evasão fiscal com dinheiro de origem legal seria, na prática, perdoado. Já o contribuinte que agiu de forma correta e declarou à Receita Federal os ativos no exterior se sentirá traído.
Fica difícil de acreditar que o contribuinte que não pagou o imposto num determinado momento irá pagar agora. Espera-se que empresários com problemas de liquidez e herdeiros que não conseguiram trazer o dinheiro de volta ao país se interessem pela medida. Junta-se a isso o fato dos elevados juros no país serem atrativos para quem hoje aplica lá fora, com rendimento próximo de zero.