Quando Sócrates voltou da visita ao Templo de Delfos, onde foi ouvir a Pitonisa sobre seu futuro, perguntaram-lhe, já em Atenas, o que ele ouviu de mais importante. Ele respondeu: “Conhece-te a ti mesmo”. Era o que estava escrito na porta do templo.
Mais ou menos na mesma época, mas noutro continente, um lendário general chinês chamado Sun Tzu sintetizou a orientação de guerra: “Conhece a ti e a teus adversários e vencerás cem batalhas”.
Passados mais de dois mil e trezentos anos, o mundo dos negócios nos recomenda fazer a Análise SWOT, que se traduz em conhecer os pontos fortes e os fracos da empresa e identificar as ameaças e oportunidades vindas do mercado e da concorrência.
Uma curiosa convergência entre filosofia, psicologia, guerra e negócios.
No jogo estratégico só o trio Objetivo-Estratégia-Metas é tão importante quanto a análise forças-fraquezas-ameaças-oportunidades. Mas pense um pouco mais, releia este texto desde o começo e reflita.
O que é mesmo o mais importante?
Atenção: todo pensamento estratégico (o processo de coletar informação e debate de ideias), que resulta num plano estratégico (o resultado do processo de pensar e debater posto no papel) tem sempre o mesmo ponto de partida. Nenhuma estratégia será bem sucedida se o ponto de partida for definido de forma errada.
A pergunta inicial a ser respondida é: quem eu sou? Em termos empresariais, a pergunta se coloca assim: qual é o meu negócio?
Por volta de 1963, com o ensaio Miopia em Marketing, Theodore Levitt recomenda que a definição do negócio se faz em função das necessidades e desejos humanos que a empresa quer atender.
Em outras palavras: você, sua empresa e seus clientes são todos um só. Em quase dois milênios e meio algo é permanente: o ser humano é o ponto de partida e o ponto de chegada em tudo. Na filosofia, na vida e nos negócios.