Qualquer que seja o candidato eleito, terá pela frente o desafio de encarar graves problemas a exemplo do saneamento das contas públicas e essa será a primeira tarefa que o novo Presidente vai enfrentar. Deixamos bem claro que não haverá espaço para proselitismos como ocorreu em governos mais recentes. Usavam-se metodologias de força midiática com a finalidade de convencer a sociedade de que não existiriam déficits futuros a exemplo da própria previdência.
Na forma como está descrito na Constituição federal de 1988 tem-se uma divisão da Seguridade Social em Saúde, Previdência e Assistência Social. A recente comissão parlamentar de Inquérito apurou um elevado volume de dívida previdenciária: R$ 450 bilhões de contribuições em atraso. Muitas delas de empresas falidas. Deduzindo-se os créditos recuperáveis no total de R$ 175 bilhões, esse rombo fica no montante de R$ 275 bilhões. Rombo causado por má gestão sim.
Em face das dificuldades para honrar os pagamentos previstos no Orçamento Público, em despesas não discricionárias o governo deixa de realizar investimentos demandados em setores vitais para escoamento da produção. É fácil perceber a falta de manutenção na malha rodoviária, principal meio de escoamento da produção. Há carência de investimentos, também, na área da saúde, como verificamos está caracterizada e explicada com o enorme déficit acima descrito.
Obras de manutenção na atual infraestrutura de transporte e logística, além da construção de novos modais, a exemplo do hidroviário e ferroviário foram negligenciadas, fato que tem-nos deixado em péssimas condições de competitividade para a busca de mercados para nossa produção industrial e agrícola. Criou-se no Brasil uma espécie de xenofobia do capital que sabemos não tem pátria. Investimentos dependem de recursos e nós não temos poupanças.
A crescente demanda de energia se dará com o aumento da nossa capacidade instalada em face do crescimento populacional e vai gerar demanda de recursos para: Geração, transmissão e distribuição. Para transferir a responsabilidade para o setor privado o quanto antes em face de outras prioridades, teremos que admitir é a continuidade de uma discussão acerca de privatizar ou não privatizar setores diversos. Constatamos inação por falta de vontade política, somente.
Quando dissemos que os governantes foram descuidados nas escolhas do direcionamento para recursos financeiros que sobravam no mundo, em face dos reclamados “tsunamis de dólares” que foram gerados pelo FED (BC americano), é porque aquele deveria ter sido o momento de nossos investimentos para o necessário aumento da nossa competitividade e agora estaríamos nadando de braçadas nesse “Cavalo de Pau” do TRUMP: América FIRST com taxação abusiva.
O Brasil ainda está com um povo saudoso da embriaguez de consumo, comandada por uma gestão que não soube lidar com recursos que sobravam no mundo financeiro e que direcionamos para o consumo desenfreado. O destino dos recursos para investimento, deveria ter sido capaz de oferecer as necessárias condições para a superação das atuais dificuldades de logística e infraestrutura e podermos enfrentar os desafios da competitividade internacional,
Podemos, agora, corrigir um grave erro cometido há décadas ao tomar empréstimos e não atrair os investimentos. Por que? Porque investidores assumem os riscos e ao tomarmos empréstimos, nós é que assumimos os riscos da gestão. Pior ainda, os erros foram cometidos na gestão pública e o ônus será dividido com todos os brasileiros. Pois então que esse ônus seja a privatização de todos os grandes empreendimentos que o setor público não soube gerir. Vamos corrigir o erro.
É bem melhor assumir essa venda de ativos e empresas que não soubemos gerir, antes que seja tarde demais e perderemos tudo. Não vamos jogar fora a água do banho com a criança na bacia.