Economista diz que Dilma recuou e cedeu aos anseios da elite

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a Presidência e prometeu encerrar a Era Vargas, foi a ascensão destes setores ao poder pela via democrática. Isto permitiu uma desestruturação sem precedentes do Estado Brasileiro associado ao velho projeto derrotado em 1932. Um projeto que preconizava uma inserção subalterna do país na divisão internacional do trabalho sob hegemonia das elites primário-exportadoras e financeiras de São Paulo.

A ascensão de Lula e do PT construiu uma conciliação entre os interesses de entreguistas de São Paulo e uma estratégia mínima de desenvolvimento com inclusão social. Entretanto, José Luís Fiori nos lembra que a matriz teórico-ideológica originária do PT e do PSDB é mais ou menos a mesma: “paulista e democrática, mas, ao mesmo tempo, antiestatista, antinacionalista, antipopulista, e em última instância, também, antidesenvolvimentista”.

A tentativa malsucedida do governo Dilma de introduzir uma trajetória alternativa de desenvolvimento em seu primeiro mandato rompeu o pacto, acirrou os anseios golpistas desta elite e fez o governo se ajoelhar ao ajuste fiscal na ânsia de uma reconciliação que não veio. Ao contrário, acirrou-se a crise de hegemonia.

(Trecho de artigo de Gustavo Noronha, economista do Incra, em Brasil Debate)

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