Congresso parado, por Ricardo Coimbra

Nas últimas semanas, e mais especificamente a partir do momento em que o presidente da Câmara Eduardo Cunha foi flagrado pela operação Lava Jato, nada parece ocorrer no Congresso Nacional. Sem falar das denúncias também envolvendo o presidente do Senado Renan Calheiros, que neste momento estão menos em evidência. Várias demandas importantes para a sociedade estão na espera de encaminhamento, e nada anda. Desde a conclusão das análises dos vetos da presidente Dilma, relacionados à chamada pauta-bomba, que passou mais uma semana sem ser votada, ao ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy.

Só se fala em conta na Suíça, gastos de academia e cursos de idiomas. A conta não existia, e agora aparecem muitas outras, e recheadas de dinheiro. Há o medo de outros deputados de serem inquiridos nos processos e suas vinculações com as denúncias já ocorridas. Tudo gera tensão entre os parlamentares.

Há a possibilidade ou não do Impeachment da presidente, e acordos espúrios podem estar ocorrendo em todos os lados. Seja pelo governo, que nega a todo o momento, com o intuito de evitar o processo, seja pela oposição, que não se conforma com a derrota na última eleição, fica tentando encontrar alguma possibilidade para incriminar algum ato presidencial, e fica a buscar uma alternativa para voltar ao poder.

As manobras são tão esdrúxulas, que se chegou a ter convocações simultâneas do Congresso e da Câmara, o que impediu de os assuntos serem deliberados. Esvaziamento de sessões fazem com que o quórum seja insuficiente para as deliberações.

O governo fez a reforma ministerial no intuito de melhorar seu desempenho na aprovação de matérias. Contudo, o que se observa é que tal movimentação ainda não teve o efeito esperado. E a instabilidade política permanece forte, e vem demonstrando a falta de lideranças que sejam capazes de coordenar ações. A grande indagação que se faz é: onde chegaremos com essa situação? O presidente da C Câmara terá sustentabilidade no seu cargo? Poderá ser afastado pelo Supremo? Os desdobramentos de sua permanência ou afastamento?

Sobre o autor:

Compartilhe este artigo:

Congresso parado, por Ricardo Coimbra