Como vamos tirar o Brasil da crise, por Haroldo Araújo

A crise tem seus desdobramentos na política ou tem nela a sua origem! Indiscutível a necessidade de debater a relação de causa e efeito entre economia e política em nosso país. Ao buscar a definição de política do filósofo grego Aristóteles, ressaltamos a importância com que o pensador destaca a felicidade humana. Nessa visão filosófica, Aristóteles apresenta-nos sua conceituação e divisão quanto à felicidade humana. Ele separa a individual na Polis (cidade) que denomina de “Ética” da felicidade coletiva a “Política”. Assim sendo, a política é relacionada à busca de ações que visam o bem-estar individual e coletivo.

Os formadores de opinião precisam ficar atentos aos alertas e pensamentos que emitem de modo a que tenham o sentido da ética e da política na forma aristotélica. Os políticos, de um modo geral, deveriam estar antenados com os sinais que lhes enviamos e vamos cobrar para que façam isso. O que pretendemos é alertar para que se observe que não há nenhum formador de opinião que lhes diga para ficar em postura contrária aos interesses da coletividade. No entanto, e, de um modo geral, os políticos têm demonstrado não ter compromisso com as escolhas técnicas que nos conduziriam à recuperação de nossos empregos, prova provada é que a equipe econômica parece pregar no deserto.

Em entrevista a Milton Young da CBN em rádio jornal às 8,30 horas do dia 07.08.17, o Presidente da Câmara dos Deputados Dr. Rodrigo Maia demonstrou interesse em chamar os grandes técnicos da área econômica e de notório saber, dotados de credibilidade tal que emitam uma apreciação capaz de convencer os parlamentares a melhor se posicionarem acerca do que se propõe na Reforma da Previdência. Temos a convicção de que há crescimento do déficit da previdência pública e privada. Esse déficit será repassado aos contribuintes e isso é outra convicção. Aqui sim, podemos afirmar sem medo: Trata-se de desequilíbrio exponencial que consumirá outras verbas como as destinadas à educação e saúde.

Um destacado e competente filósofo da atualidade, Dr. Renato Janine Ribeiro, conclama a todos para esse debate no sentido de sairmos do desânimo contagiante e até faz críticas sobre os rumos da educação: A Educação precisa se voltar ao “Bem Comum”. Os últimos acontecimentos políticos são de difícil entendimento e isso aumenta a descrença do povo na política. Aponta-nos o pensador e educador que é necessário reverter a ideia de que todo político é igual e carece de valores éticos. Adiante ele completa: Quando focamos o debate político nesse desvirtuamento, há um empobrecimento do discurso. Por último destaca que a política de inclusão deve ou deveria começar na educação e isso não acontece nem mesmo no período eleitoral.

Aqueles que não se apercebem de que um pequeno ajuste na situação deficitária de nossa previdência poderia nos conceder, já neste momento, algum fôlego para honrar os compromissos previstos e que certamente se contrapõem às prioridades orçamentárias atuais, como a educação e a saúde, estão em descompasso com a realidade na política conforme definição dos pensadores da antiguidade e de hoje: A ética, a felicidade coletiva e o bem comum se materializariam a partir da arrumação de nossas finanças para garantir as aposentadorias vindouras de forma concomitante à melhoria da Educação e da Saúde. Como está no momento, não podemos pensar em sair da crise que é fiscal, econômica e principalmente política. Há um empobrecimento do discurso político que é, também, um dos responsáveis pelo nosso atraso.

Sobre o autor:

Compartilhe este artigo:

Como vamos tirar o Brasil da crise, por Haroldo Araújo