Como surgiu o nazismo (o daqui foi felizmente abortado) – Parte 1

Em 2013 houve uma manifestação pública comum a várias tendências do pensamento político que reprimida violentamente pelos governos (e com o beneplácito da Dilma Rousseff) descambou para uma insanidade em 2018. Felizmente a história do que correu na Alemanha de antes da segunda guerra não se reproduziu por aqui.

Assim, é bom relembrarmos os exemplos da história.

Foi num ambiente semiclandestino dos subterrâneos do poder político que se gestaram as ideias que mais tarde viriam a se configurar como princípios de um movimento nacional-socialista dos trabalhadores alemães, cuja contradição já aparece no próprio enunciado partidário, posto que, se era nacionalista, não poderia ser socialista, doutrina que por princípio se reivindica internacionalista e proletária.

O contraponto às ideias do nacional socialismo que viria a ser apoiado posteriormente pelos grandes capitalistas da Alemanha se dividia entre o Partido Comunista Alemão – KDP -, de Rosa de Luxemburgo e Karl Liebnecht, e os sociais democratas divididos entre o SPD – Partido Social Democrata e o USPD – Partido Social Democrata Alemão Independente.

Após a rendição alemã na primeira guerra mundial, veio a assinatura do Tratado de Versalhes, que dava às forças aliadas vencedoras da guerra o direito à indenização e anexação de terras antes pertencentes à Alemanha, e que submeteria o povo germânico a um estado de penúria sem precedentes.

Inspiradas no que houvera um ano antes na Rússia, as ideias do marxismo ganhavam força perante o povo alemão e crescia o Partido Comunista Alemão e sua dissidência, a Liga Spartaquista. Reinava uma instabilidade política na Alemanha que estimulava tentativas de golpes e mudanças na direção que se instalara após o final da guerra.

Diante das ameaças constantes, o antigo regime alemão, que fora destituído e teve sua transformação em República de Weimar com a realização de uma Assembleia Constituinte sob a hegemonia da socialdemocracia alemã, ainda tentou encetar golpes de Estado totalitários de direta liderados por militares como o General Kapp, mas foram contidos pelos trabalhadores de sindicatos alemães e pelos partidários próximos ao Partido Social Democrata – PSD, que queriam a nacionalização estatal das minas e bancos da Alemanha.

As tentativas de revolução marxista, entretanto, foram abafadas e tanto Rosa de Luxemburgo como Karl Liebnecht, duas mais expressivas lideranças, foram executados. É neste caldeirão de cultura política e miséria do povo alemão que sofria com a inflação e o desemprego, que surgiram as ideias nazistas de soberania e superioridade da raça ariana germânica.

Foi na cidade de Munique, na Baviera, onde ocorreram as primeiras manifestações da doutrina e métodos do que viria a ser o nazismo. Sem expressão nacional, mas contando com a ajuda de intelectuais e militares que se sentiam traídos pela rendição alemã durante a primeira guerra, e considerando a relativa autonomia que gozavam as regiões alemãs e seus governos locais, ocorreu uma tentativa fracassada de tomada do poder local a que mais adiante nos reportaremos com detalhes.
Denominada de putsch (assalto à mão armada) numa cervejaria onde estavam reunidos os políticos que integravam a cúpula governamental, este ato político-militar representa o marco inicial de uma caminhada de luta político-militar nazista e o surgimento de uma liderança do movimento, que acabou sendo preso. Tratava-se de Adolf Hitler.
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Adolf Hitler (Braunau am inn –Áustria 20.04.1889 – Berlim – Alemanha 30.04,1945 – 56 anos) ex-cabo durante a primeira guerra mundial na qual combateu, tornou-se posteriormente militante político das ideais nazistas de Dietrch Eckart, e outros, sendo depois dirigente do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha, e Chanceler do Reich (1933-1945 e Führer da Alemanha Nazista (1934-1945), para empreender uma guerra de conquistas contra os países vizinhos que descambou para a segunda guerra mundial. Hitler é considerado o maior genocida da história por ter dado início ao conflito que resultou na mortes de cerca de 50 milhões de pessoas mundo afora e o grande responsável pelo holocausto, a morte sob várias formas de cerca de 6 milhões de judeus, o maior genocídio racial da história da humanidade. Cometeu suicídio no Bunker enquanto ouvia o estourar das bombas do Exército Vermelho Russo, juntamente com sua amante Eva Braun com quem acabara de se casar, e teve o seu corpo e da sua mulher cremados com gasolina numa vala próxima ao subsolo da chancelaria.

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