Com inflação ou com deflação, a Selic é sagrada, por Jana

A inflação brasileira está em doze meses abaixo de três por cento ao ano, um nível civilizado. Eis uma conquista indiscutível da sintonia fina, da competência e da harmonia da equipe econômica atual Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn, não acidentalmente ambos vindos do mercado financeiro, aquele do Bank Boston, este do Banco Itaú. Dizer que a inflação caiu por causa da recessão é desonesto, os índices são resultado da política monetária posta em prática nos últimos 15 meses, mais ou menos.

Por razões históricas, o Brasil precisa pagar juros altos para remunerar os investidores em títulos da dívida pública. Os governos brasileiros não têm credibilidade, graças a um passado de sempre se colocar à beira da insolvência, por pura irresponsabilidade fiscal, o velho hábito da gastança, a compra de votos e apoio com dinheiro público, as gestões pouco republicanas e nada transparentes. Com esta equipe é diferente e os resultados já aparecem.

A deflação do mês de junho é acidental e logo merecerá atenção. Não devemos, entretanto, cair na tentação de agir sofregamente na redução da Selic, é preciso manter o mercado calmo e com alto grau de previsibilidade. A função do Banco Central é apenas conter a inflação. Crescimento econômico e emprego não são assuntos seus.

Portanto, mantenha-se o Copom na trajetória esperada e previsível de manter a atual política monetária, sem ceder a tentações de reduzir o juro. A Selic é sagrada.

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Com inflação ou com deflação, a Selic é sagrada, por Jana