Por que Trump é um risco para a integração dos povos, por Haroldo Araújo

Muitos hão de pensar que dirigir uma nação é tão somente olhar para o seu próprio quintal. A verdade se impõe de forma cruel para quem não se conecta com o resto do mundo. Uma simples ultrapassagem de Trump sobre Hillary nas pesquisas para as eleições ao cargo de Presidente dos Estados Unidos já detonou precauções econômicas mundo afora.

Aqui no Brasil a Bovespa caiu com a subida de 1% do candidato republicano nas pesquisas, e vale a pena imaginar o que enfrentaremos se essa tendência se confirmar, como já está se confirmando. Donald é decidido e não recua com os temas relacionados à integração. Condição “sine qua non” para o fortalecimento dos povos, pelas relações econômicas, principalmente.

O grandalhão até promete em discursos de campanha fazer o país olhar para seu quintal. Se isso não é um pouco de egoísmo, então não sei o que é egoísmo. A pergunta que fazemos: será que não percebe a frustração dos ingleses por ocasião da vitória do Brexit? Uma vitória dos que são contra a integração dos blocos econômicos de países vizinhos ou amigos. Não se sabe o tamanho do estrago.

Podemos fazer um paralelo com a derrota sofrida pelos que acreditavam na integração europeia e os resultados inesperados. A economia foi a mais atingida, quando David Cameron perdeu o plebiscito acerca da saída ou não do Reino Unido da União Europeia. Todos os ingleses que votaram contra e não venceram se uniram aos vencedores do plebiscito para pedir a anulação. É difícil desmanchar um plebiscito.

A integração estava em curso e o povo da Inglaterra é conservador, mas o resultado das urnas foi fulminante para a queda de David que era o primeiro ministro. Portanto, a aprovação do BREXIT ainda não mostrou o tamanho da conta. Evidente que a União Europeia é um dos mais destacados avanços da economia dos blocos, assim como de uma nova concepção de avanço na tese da maior integração dos povos.

Não acho que a tese do atual candidato a Presidente dos EUA seja de compreensão com seu mais fronteiriço pais amigo e norte-americano, vizinho de porta mesmo, o México. Trump já havia ameaçado reforçar o muro que foi edificado na fronteira . Nem mesmo a indiscutível vantagem econômica nesse campo da integração econômica é usada nos discursos do republicano, e parece que sua preocupação é fazer o Tio Sam voltar a ser o Tio Sam.

Dedo em riste e cartola na cabeça. Infelizmente esse discurso de que ele vai fazer os EUA voltarem a ser o que já foram pode até conquistar votos que não foram conquistados por David Cameron em campanha na Inglaterra, porque não soube prometer nada, assim como o Donald promete.  Mas que sabemos que ele poderá vencer as eleições, e sabemos também que esse discurso é puramente eleitoral e midiático.

O que acreditamos é que se ganhar, reveja algumas ideias que não serão capazes de fortalecer as economias de outras nações e certamente atuarão como um bumerangue naquele país amigo. Inacreditável é aceitar que cidadãos de uma nação como os Estados Unidos da América não percebam que não haverá caminho para uma nação que não seja o de fortalecer seus parceiros comerciais. Brasil no meio.

O Federal Reserve tem mostrado sensibilidade com a sua política de juros. Acontece que o atual Presidente (Obama) é um homem que sabe a dimensão de suas elevadas responsabilidades com os destino dos povos. Sem querer sair do tema, mas já saindo, falo da crise humanitária provocada pela guerra na Síria. Entenderam? Pois bem. Minha fé é que o povo norte-americano é sábio. Vejam o tamanho do probleminha que pode crescer.

Onde está o risco Trump? O homem é “strong” e faz questão de mostrar ser forte, enquanto sua opositora, uma mulher, com toda a sua delicadeza terá que mostrar que não precisamos de muque na Presidência, mas de cabeça pensante e ponderadamente capaz de entender que a força pode estar na ponderação, no pensamento e nas ideias.

A força de um homem está nas suas ideias e no pensamento. Maior força terá um Presidente de uma nação como é a nação norte-americana, quanto mais o seu dirigente máximo for capaz de entender que não viveremos melhor sem fortalecer as demais nações do mundo, que devem ser vistas como amigas e nossos futuros parceiros comercias.

O Risco Trump existe porque ele é rápido no gatilho das decisões, e o mundo precisa cada vez mais de ponderações e ponderados. A maior potência bélica mundial precisa atentar para os riscos de uma postura mais agressiva, que parece ser uma característica de Donald. Essa imagem corre o mundo infelizmente.

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