Eu tenho um amigo que eu nunca vi
Ele esconde a cabeça dentro de um sonho
Alguém deveria chamá-lo e ver se ele pode sair
Tentar perder a tristeza em que ele se encontra
(Neil Young)
A Valdo Barros
Além das estrelas. No entanto, aqui. Aqui onde existem estrelas no mar como nas praias. Se me recordo do último dia? Sim, me recordo. No entanto… o homem-amigo que outrora caminhou no Poço da Draga se foi.
Novela epistolar, ensaio, livro? Faríamos em milhão, em milhão de milhão; números infinitesimais como são as estrelas no céu, as gotas no oceano, o esquecimento.
Mas, que é do destino de um homem-amigo sem seus camaradas, sem os olhos de pedra e sal do fantasma-mulher que partiu? Que é do destino de um homem-amigo na visceral solidão do duplo cólera? Nada. Ainda assim, um homem-amigo. Lágrimas negras saem, caem, doem; negras como nossos olhos de petróleo.
Aquela estrela não é dela, é tu. Caminhando na areia, mirando o mar, nos perguntávamos: que é do destino de um homem? Que é do destino deste homem?
Novela epistolar, ensaio, livro? Já não quero escrever… Mas as musas, os deuses todos, as mulheres, os homens, os insetos, todos o sabem: Faríamos em milhão, em milhão de milhão; infinitesimais números… Como tudo que existe!