O automóvel, por exemplo, que era caro e somente acessível à elite, passou a ser comprado mais comodamente e usado largamente no transporte de mercadorias e gente, substituindo em parte a ferrovia a vapor de então. Outros produtos modernos também surgiram concomitantemente, como os refrigeradores, a iluminação pública e residencial à luz elétrica, o rádio, entre outros apetrechos e ganhos civilizatórios.
Entretanto, tais eventos resultaram no aguçamento pelo novo tipo de domínio político-econômico, diferente do mal-intencionado colonialismo antigo, qual fosse o domínio da tecnologia na produção de mercadorias pelos países mais desenvolvidos nessa área, para produzi-las e vende-las com valor agregado obtendo acúmulo de riqueza abstrata (capital).
O capital é assassino.
Mas os efeitos colaterais do capitalismo nunca desaparecem.
Portanto, são as mudanças do modo de produção de mercadorias, e de capital, aquilo que tem tornado o ser humano refém de genocídios repetidos ao longo de mais de um século e que agora atinge um grau de letalidade capaz de nos destruir a todos, bem como de sermos extintos como espécie pela crise ecológica causada pela irracionalidade de um sistema de produção irracional e genocida.
O capitalismo foi indutor do desenvolvimento do saber e viabilização da vida de bilhões de pessoas? Sim, do mesmo modo que as guerras induziram descobertas. Entretanto, isso não significa que tais evoluções provocadas por ambos certifiquem que ele seja saudável, e muito menos as guerras, e nem que não pudessem ser obtidas por outras formas de relações sociais sem os genocídios do capitalismo e de suas guerras imanentes.
Karl Marx tinha razão quando disse que o capitalismo cava a sua própria sepultura!!!
Note-se que todas as invenções aplicadas ao modo de produção de mercadorias ocorreram como modo de geração de lucros individuais e exacerbação da extração de mais-valia e tudo sob a indução e controle da “mão invisível” do mercado, como assim a cognominou o pai da economia moderna, Adam Smith.
Entretanto, o lucro individual obtido na guerra concorrencial de mercado, paradoxalmente, conspira contra a produção da massa global de valor e decreta a falência do capitalismo que ora respira por aparelhos, com emissão de moeda oficial falsa, dívidas públicas com juros impagáveis e insuportáveis imputados aos países devedores pobres, e depressão econômica.