Todos os governos deixaram seu legado, por HAROLDO ARAÚJO

Todos os governos deveriam dar sequência ao trabalho realizado pelo anterior de modo a aproveitar o melhor. Michel Temer foi capaz de chamar o Meirelles para conduzir a economia e este exigiu ou lhe foi concedida a necessária blindagem. Meirelles chamou Ilan Goldfajn e este respeitou os fundamentos da economia. Uma equipe econômica que foi chamada de equipe dos sonhos ou de ouro. Michel Temer teve a sabedoria de “Blindar”.  Saímos da recessão! Ótimo.

Bolsonaro está recebendo essa herança de Michel. O Conselho Monetário Nacional define a meta de inflação. O Conselho de Política Monetária define a taxa SELIC. Caberá ao Banco Central executar a política monetária observando as bandas de flutuação definidas. O sucesso de Ilan no BC servirá de referência ao Dr. Roberto Campos.  A ideia da blindagem e com os rumos da economia bem definidos e mantido os juros em 6,5% ao ano, Bolsonaro demonstra humildade.

Para obter o sucesso na gestão pública não é só na blindagem da economia? Não mesmo. E onde se encontram os riscos? Eles estão nos exemplos que nossa evolução política, sabiamente tem demonstrado, de forma dolorosa para alguns e os bons exemplos serão ou não seguidos. Por essa razão é que nos arvoramos a enveredar pelos caminhos dos grandes pensadores para tentar explicar o atual momento brasileiro. Michel Temer postergou mudanças na política.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), pensador e teórico político, foi iluminista destacado e entre suas brilhantes colaborações ao pensamento: “O homem é um produto do meio”. Grande filósofo da atualidade Luiz Felipe Ponde, doutor em Filosofia, faz a apreciação e explica que não se trata de uma absolvição. Pensar é esforço mental bem maior do que o físico e a explicação de Ponde, sobre Rousseau, mostra a necessidade de aperfeiçoamentos na política? Sim.

Bolsonaro vai mais na linha de Luiz Felipe Ponde ao promover aperfeiçoamentos nas tratativas políticas, principalmente na condução das negociações com o Congresso Nacional. Evidentemente que todos os governos que sucederam os governos militares, a partir de Sarney, buscaram a governabilidade e foram criando relações políticas com vistas à obtenção de maioria parlamentar. O legado de Temer acerca da busca da governabilidade, não foi bem sucedido.

Bolsonaro foi eleito com um discurso que não dá margem à realização de trocas, a exemplo da indicação de cargos no governo para obtenção de apoios nas votações. De outro modo de visão na política de gestão, Bolsonaro deu entrevista dizendo que está aberto ao diálogo e poderá examinar a indicação de nomes para composição da sua equipe de governo. Ganha envergadura política no momento em que diz estar aberto ao diálogo. A política ganha novos contornos.

O mais importante é que essa equipe econômica fique longe dos embates políticos. Todos os governos deixaram seus legados e as experiências de cada um será usada em prol de melhorias na condução do país rumo ao desenvolvimento, a recuperação econômica e recuperação dos empregos. Rodrigo Maia já disse que a articulação política é atribuição do poder executivo. Discordo num ponto: Naquilo que for de interesse do povo, a articulação é dever de todos.

Até parece que nosso Presidente da Câmara concorda com o teórico político da antiguidade e Bolsonaro está em Linha com o pensamento atualizado de Luiz Felipe Ponde. Com intuito de prestar nossa colaboração, entendemos que todos tiveram direito a errar e acertar. Só não erra quem nada faz. São Francisco dizia: Senhor dai-me forças para mudar o que pode e deve ser mudado. Essa é a nova política com inspiração no santo protetor dos desvalidos.

Caberá aos atuais e futuros gestores, aproveitar os bons ensinamentos e bons legados do passado. Afinal os pensadores estão certos, cabe a nós saber interpretar esse bom legado.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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