Com o crescimento do desemprego ao longo dos últimos anos e a redução do salário real, parte significativa da população entrou em fase de endividamento. Endividamento, este, que a chegou a mais de 65% da população além de um forte crescimento da inadimplência – incapacidade horar os pagamentos – que chegou em torno de 25%.
O Spread bancário – diferença entre a taxa de captação e operação – no Brasil é um dos mais elevados no mundo. Onde se destacam os juros do cartão de crédito e do cheque especial. No que, as instituições financeiras alegam que o principal componente deste é o nível de inadimplência que chega a representar quase 40% do spread. E que o nível médio de recuperação de crédito no Brasil gira em torno de 0,13 para cada 1,0 emprestado. Bem distante da média mundial em torno de 0,34 para cada 1,0.
Entretanto, ao longo do ano de 2019, em função do nível de inflação estar baixo da meta estabelecida pelo Banco Central, o comitê de política monetária (COPOM), promoveu reduções significativas na taxa Selic o que fez com que esta encerrasse o ano em seu patamar mais baixo, historicamente, de 4,5% a.a.
Todavia, as demais taxas de crédito, não vêm caindo na mesma magnitude, mesmo com a implementação do cadastro positivo. Gerando, um direcionamento impositivo do Banco Central no controle do cheque especial com um limite de 8%, a fim apontar um novo caminho para os juros. O que poderá ocorrer em breve com outras operações, como o cartão de crédito.
E em momentos de apertos financeiros como passa o brasileiro, qualquer mecanismo de redução de gastos é bem vinda.
Ricardo Coimbra
Presidente Corecon/Ce
Vice-presidente Apimec/Ne
Mestre em Economia UFC/Caen
Professor Uni7/UniFanor-Wyden/Uece
