A terapia cognitivo-comportamental tem por objetivo tratar de um problema atual inerente ao paciente, consistindo em um processo estruturado, aplicado mediante um plano previamente estabelecido e de caráter educativo. Durante o processo, o paciente é conscientizado sobre suas questões e participa ativamente das sessões. São utilizadas técnicas e treinos tendo como objeto importante desenvolver habilidades sociais que garantam um melhor convívio com a situação-problema, bem como uma interação mais adequada nos diversos grupos sociais.
Dentre as várias abordagens psicoterapêuticas, a terapia cognitivo-comportamental tem apresentado resultados palpáveis, comprovados através de inúmeros estudos que apontam evidências empíricas de melhoras observadas no tratamento de diversas patologias, como depressão, ansiedade, Parkinson, insônia, demência, dentre outras.
A TCC envolve a adaptação do idoso às alterações decorrentes do envelhecimento, desenvolvendo habilidades inerentes à autonomia. Também trabalha na facilitação da expressão dos sentimentos e desejos. Além disso, ao fomentar a consciência acerca de determinada questão, estimula a busca por soluções realistas e adaptativas, mitigando o desenvolvimento de comportamentos disfuncionais.
Nesse sentido, visando assegurar a qualidade de vida do paciente, devem ver estimulados fatores ligados à autoestima e ao autocuidado, além do alívio de sintomas disfuncionais, como ansiedade e depressão. Outrossim, deve-se instrumentalizar o paciente acerca de suas dificuldades, trabalhando de modo que ele passe a enfrentá-las de forma funcional/adaptativa. Por fim, o acompanhamento envolve suporte e orientação a cuidadores e familiares.
A avaliação do idoso compreende aspectos típicos dessa etapa da vida, peculiaridades das patologias, história de vida, medicação, prejuízo cognitivo, rede social de apoio e outras questões que se mostrem relevantes para o tratamento e acompanhamento. Durante a avaliação, é importante entender a dinâmica do analisando, a funcionalidade/disfuncionalidade de seus comportamentos, em que circunstâncias ocorrem as dificuldades a serem trabalhadas e quais as suas consequências. É preciso investigar ainda variáveis ambientais que podem estar mantendo e potencializando comportamentos disfuncionais, bem como qual o padrão cognitivo que agrava a patologia.
Diante dos dados clínicos, o psicólogo deverá compreender toda a dinâmica inerente ao padrão de comportamento do analisando que concorre para a manutenção/agravamento da patologia e realizar intervenções em conformidade com um planejamento técnico, adequado às demandas específicas apresentadas, com a finalidade de ampliar o repertório comportamental do paciente.
A terapia cognitivo-comportamental para idosos segue o mesmo padrão das demais faixas etárias, com sessões semanais de cinquenta minutos de duração, tendo como objetivo desenvolver uma maior adaptação do idoso frente às limitações decorrentes do envelhecimento.