Arquivos em Tags: poesia

Idílio – por Renato Ângelo

A semente cresce
Ao sol de teu olhar
O coração encontra a si
No fundo do outro, seu lar
 
O limiar do eterno
Onde sempre é flor
Tendo a caminhada aos pés
No ladrilho das pétalas luzentes
 
É lá, na beira, limiar do lumiar
Quando o gostar vira amor
Quando

Flor e som – por Pedro Henrique

 
[Flor renitente]
 
é preciso ser radical como uma flor
que irrompe o asfalto
e o enfeiamento do mundo;
que envergonha a música presente
(cada vez mais barulhenta);
que contorna a barbárie de quem a alimenta
e por ela é consumido;
que cora a face da poesia ruim, medíocre;
que

Pseudoprotopoemas de Vicente de Magalhães ou: a lira desafinada dos vinte anos tortos – por Pedro Henrique

 
[Arte poética]
 
A caneta.
O lápis.
Uma ponta de faca desenhando a sangue
Pensamentos
Palavras
Sentimentos embebidos de razão, desrazão…
Expressões súbitas, falhas…
 
O significado.
A mão.
O gesto entrelaçando os saberes divinos
de um quase ateu,
quase proletário, quase intelectual,
quase que quase…
 
O momento:
Expressão eterna da circunstância.
Há de cravar na memória suas

Natureza, por Ian Fermon

Depois que aparece o sol
Por detrás duma colina
Desperta o potro selvagem
Que dormiu numa campina
Levando gotas de orvalho
Nos pelos negros da crina.
O clarão do raio corta
De noite o escuro véu
Parece até uma lanterna
Brilhando no meio do céu
Brilhante tal como as penas
Das

Vazio Excesso, por RENATO ÂNGELO

Ei-lo desperto
Sem desperta tê-la
A consciência
 
No ralo café
O deserto comia
Na diária lida
Da noite vazia
 
E algo lhe faltava
 
Sua veste, crua
Nua de luzes
Ostentando banais
E opacos capuzes
 
E algo lhe faltava
 
Ao carro, pé, condução
Corria dentro da manhã fria
Com saltos saltando indo
Sobre ponteiros de relógios
Óbice bufo

O Harakiri emocional, por Renato Ângelo

A consciência… foi enjaulada
A promessa, quebrada
A minha voz… ‘tá embargada
A palavra, violada
A honra, difamada
A asa depenada
A casa, descasada
A planta, na sacada
A morte, ressuscitada
A crença, desconfiada
A porta… está trancada
A mente, anuviada
A semente, desperdiçada
A corrente, ameaçada
A carícia, escorraçada
A abominação… bem infiltrada
A “amiga”,