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FESTA

Hoje eu quero é botar
O perfume que tu gosta
Vou até fazer aposta
Como eu fico contigo
Agarrado nos teus braços
Não corro nenhum perigo
Veste um traje colorido
De sainha bem franzida
Que eu fico todo enxerido
Te chamo minha querida
Eu faço adivinhação
Na palha da

ENFEITE

Amor no começo é lindo
Chega dói
Muito mais dolorido
É quando incoi
Fica doendo a minha testa
E quando acaba a festa
É só o mói
Só o mói
Mas eu num perco o juízo
E agora se for preciso
Arrumo já outro amor
E seja lá como

ROSINHA

Tem fogueira e balão
Milho verde e quentão
Arrasta pé no salão
Mensagem na radiadora
De um alguém pra outro alguém
Será que chegou agora ?
Acho que ela nem vem
Meu São João do carneirinho
Por favor traz meu benzinho
De bicicleta ou de trem
Tem tanta moça cheirosa
Mas

MIUDINHA

Uma coisinha de nada
Um mato
Um matinho
Mas me deixou encantada
É tão bonitinho
Sou besta pra ver beleza
Tenho uma luz acesa
Pra coisas pequenas
Me sinto mais serena
E mais forte
Miudezas me dão norte
Que sorte a minha
Grandiosa natureza miudinha
05/06/2024
Dora de Paula
***foto Antonio Sérgio Farias-Castro

CAMINHO

Simplesmente dá-me tua mão
E nada fales
Mas diga tudo pelo olhar
Não cales
Diz que queres caminhar
Junto a mim
Sorri tua cumplicidade
E fim
04/05/2024
Dora de Paula
***foto de Rodrigo Barbosa

CUUUUIIIDA!

Sempre suave ?
Não
Às vezes ave de rapina
Em outras felina, coisa phina
Onça, geringonça, sonsa
Formiga, amiga, intriga
Besta desembestada
Esperta, abestada
Lince vendo de longe
Puma enfrenta de ruma
Libélula liberdade
Enfim, que bicho te invade
Do céu, da Terra, do mar?
Toma conta dos teus bichos
Pra equilibrar
Os

CHÃO

Esse é meu chão
E piso nele com a força de minha Mãe
E daqui não arredo o pé
Janaína me acompanhe!
Almirante Negro, Dragão do Mar
Águas doces, Águas salgadas
Levantam-se assanhadas
A hora é de eriçar
Pisar firme nesse chão e ficar
Fincar pé
Andar com

PRIVAR

Quis pisar na areia
Minha mãe brigou
Deixa as coisa alheia
Mas ela chorou
Mareia mareia
O Sol estava quente
Eu quis me molhar
Mas de repente lembrei
Esse não é meu lugar
A imensidão do mar
Não é de ninguém
Sendo de todos
E muito além
Essa não é

ÁGUA

Quando há seca
É nó na garganta
Espanta
Gente bicho planta
Nem almoço nem janta
Nem passarin canta
É chão rachado
Coração seco, esturricado
Ah meu peito maltratado
Quando é cheia
A coisa é feia
Arrasta tudo pelo ar
E pela areia
Torrentes d’água
Enchentes de mágoa
Lá se vão a casa, o menino
O

“MENINOS BONS”

Ah como amo os meninos
São felinos, com seus tinos
Me mostraram pipas,
O campo de futebol
Os meninos iluminam
Os meninos são o Sol
Eu pedi pra tirar foto
Uma imagem do momento
Olhando agora eu noto
Cada um deu o seu tom
E também seu movimento
E ainda

LEGUMES

O meu filho, o teu
Ontem, hoje, quem comeu?
No Rio Grande do Sul
Na Palestina, na mesa farta
Na rua, sob a lua, na esquina
Quem comeu, quem dormiu
Quem sumiu sob os escombros
Quem chorou sobre meu ombro
Couve fresca, abobrinha
Sopa e cama quentinha
Quem comeu, quem