Arquivos em Tags: crônica

A Pálida Mesa de Jantar

A mesa de jantar ficou grande. Os sonhos sonhados em volta dela fazem pouco, ou nenhum sentido agora. Nesses últimos meses ela somente ocupa espaço.
Ok, exagero meu, ela até serve de base para um empilhado de objetos fúteis e tão

OUVINDO SILÊNCIOS

Meia noite do dia seguinte. A máquina clareava o quarto escuro. Eu olhando pro teclado, eu olhando pro lado, eu olhando pra frente… “sobre o que vai ser esse?”, pensei comigo. Corria a mão pelas letras, trocava a música, olhava

DE FRENTE COM O SINISTRO

Sustenta-se, hoje, didaticamente: o convidar é uma questão de cortesia. Sim. Esses obrigados sem obrigação que saem ao bel-prazer para desconvidar os outros. O outro? Sim. Aquele mesmo que precisava daquela cama, daquele leito, daquele respirador… hoje tão escasso. Hoje

A CRUZ DO PAPA

Desculpem, eu sei, ando meio em dívida com vocês leitores, mas os dias estão diferentes e tenho digerido a cada dia cada coisa, cada gota, cada sensação, com a licença do clichê: como se fosse a última vez. Talvez seja

ELA PARTIU

             O amor é esta coisa que nos torna aves em voos suicidas. Talvez algum desagradável poeta ouse um dia perscrutar as névoas fundas desse sentimento que nos fragmenta, e aumenta-nos em nossa pequenez, e

SEM LENÇO, SEM MONUMENTO

Figura exponencial da cultura cearense, nasceu em 1880, em Messejana, com o agregado curioso – que ele sempre ressaltava – de ter sido a centésima e última criança a ser batizada na Paróquia Nossa Senhora da Conceição naquele ano.
Filho único

Maranguacaucanaú

As salas de espera da sobriedade, surrela. “Surrela”, ela quer que eu lhe diga no ouvido. “Me chama de surrela”, ela diz, “me chama de uma coisa bem suja”. Ela puxa as minhas mão pra dentro das suas roupas como

MALDITA LIBERDADE

Não é verdade que um paulistano se mate por amor. Lá embaixo há muitos deles. Quem poderia pensar que são tantos? Um rio. Gente. Surrela. Nenhum deles se mataria por amor, nenhum dos autênticos. Quais são os autênticos? Os filhos