A TV de botas brancas
Diane era menina negra, cabelo duro e encaracolado, babava pelo canto da boca e não tinha televisão para assistir o Xou da Xuxa. Eu tinha TV em casa, o cabelo batia na bunda e uma prima rica que me dava
Diane era menina negra, cabelo duro e encaracolado, babava pelo canto da boca e não tinha televisão para assistir o Xou da Xuxa. Eu tinha TV em casa, o cabelo batia na bunda e uma prima rica que me dava
Sinto
Paixões arrebatadoras
Percussões internas
Fecho os olhos e sinto
Cheiro o silêncio
Sinto a enchente de palavras não ditas
Minha pele arrepia com o sussurro do vento
Sinto
Fecho os olhos e vejo as cores da música
Imagino as pessoas que dançam, mesmo sentadas.
Suas cores dançam ao seu
— Clauder Arcanjo, você nos disse que a portaria do seu prédio dava acesso pela Henrique Insosso, e o taxista está nos dizendo que não existe essa rua por aqui, não!
As duas “orientadas”, por mais que eu explicasse, não conseguiriam
Ao mergulhar na xícara de chá o tradicional bolinho ‘madeleine’, antes de levá-lo à boca, recuperando o cheiro gostoso da iguaria em sua infância, na cidade de Combray, o protagonista de Em busca do tempo perdido inicia a experiência milagrosa de recuperar
Diria sim, diria assim, a Fortaleza que há em mim.
Os cigarros que não fumei, o pulmão que eu preservei.
As árvores que abracei e os gatos que da rua salvei.
O dedo na cara que eu apontei
e a unhada no pescoço que
Tem uma história interessante que eu queria contar pra vocês: a Fábula da Lagarta que queria ser Vaca. A moça Lagarta gostava muito de comer, a hora do lanche, para ela, era realmente a hora mais feliz. Comeria o dia
Enquanto as sianinhas da saia de Zefa disputavam rodoró com o brilho incandescente das chuvinhas, o vento soprava na nossa cara, as faíscas da fogueira e o perfume Toque de Amor que Tica usara para “enfeitiçar” o marido, recém chegado
QUANDO A MINHA MUSA INSPIRADORA, NOS EXTREMOS da generosidade que a faz tão singular, visitou-me – solícita e severa, serena e altiva, obsequiosa e perspicaz, dócil e rigorosa – para incumbir-me de produzir um poema, uma crônica, um conto ou
Uma professora de 25 anos lava as cartas de amor numa bacia de porcelana branca. O namoro com o aluno de 19 anos chegou ao fim. A água na bacia, repentinamente, agora é azul piscina. As folhas das cartas viram
E se eu fosse um escritor, um menino, um pequeno prodígio, imagine só, compor encontro de amor entre vogais, sem o temor de se tornar rotina.
Mas se eu fosse uma escritora, dá até pra imaginar, transferir meu intelecto com
Jacarecanga podia não ser um paraíso perdido, mas seus arredores tinham quase tudo de que se precisava. Para alguém de cidade pequena, recém chegada à Capital, nos anos dois mil, em um bairro que por si próprio contava muito da