A quem vamos atribuir um eclipse na política, por Haroldo Araújo

O Brasil de hoje tem uma situação eclipsada politicamente falando, assim como há muita falta de transparência nas discussões: Pouca luz e muita sombra. Uma analogia pode ser feita com o fenômeno de um eclipse solar parcial em que a luz solar não some totalmente. Todos nós temos uma visão confusa do que se passa na política brasileira, afinal são mais de 35 partidos (Wikipédia) para opinar. O caso das “Reformas” é exemplo gerador de opiniões contraditórias, quando se sabe que a discussão não deveria ser política. Ninguém se expõe por medo da crítica.

De onde partirão as críticas? Elas vão ser originadas das conveniências políticas por parte daqueles que não se aperfeiçoam e nem se atualizam e sentem que poderão ser desagradados com as necessárias correções, sejam elas bem fundamentada ou não. São apegados a uma situação que não mais sobre-existe e da qual não se desvencilham. Renan Calheiros se volta contra Michel Temer que foi o Presidente de seu partido e agora Presidente da República! Michel ao ser perguntado sobre as críticas! Disse ao repórter que: “ Renan vai e volta!”

Na imprensa precisaríamos que muitos colaboradores (Eles escrevem ocasionalmente) se desvencilhassem das paixões políticas e se aproximassem em maior grau da questão ética. Assim sendo poderíamos pedir o mesmo dos políticos? Claro que sim. Pediríamos aos políticos que deixassem de lado o partidarismo de ocasião! Quantos não mudaram de partido? Não é meu objetivo denunciar a falta de convicções políticas. Também não é meu objetivo criticar tantas ideologias em um só país. Será que os partidos não poderiam se aglutinar? Para que? Para que nós eleitores pudéssemos identificar melhor cada candidato, coisa que no momento é impossível.

Muitos políticos não mudam de partido, mas são fiéis aos governantes, sejam eles quais forem e ao partido que estiver no poder. Lá estarão esses parlamentares como escudeiros para apoiar. Certamente que a crítica que faço é aos fatos que vêm eclipsando politicamente o nosso Brasil: Mais de 3 dezenas de partidos políticos e ainda tem outros com a intenção de entrar. A continuidade do oportunismo político que insiste em manter essa anomalia e que nenhum deles políticos se propõem a sugerir mudança. Como? Numa Reforma Política, não uma reforma eleitoral como sempre buscam fazer.

Temos como paradigma na gestão a eterna busca da popularidade através de medidas populistas. Medidas que são aplaudidas por aproveitadores de ocasião, em seu próprio proveito. Na política ninguém quer ser assertivo e todos querem a popularidade e apoio, mas querem fazer isso às custas do sacrifício de uma gestão que todos sabem só tem mais um ano para trabalhar. Exemplifico com a necessidade de tornar viável a convivência ética entre empresários e governo, que todos sabemos é a maior geradora de empregos, renda e impostos.

O Brasil teve uma geração de políticos recentes e que governou mais uma década com base no populismo e isso agora é impossível fazer porque o dinheiro acabou e isso é mais do que um eclipse na cabeça dos que não querem se atualizar atentando para a necessidade das reformas para o bem da nação e do povo, por que? Porque se não as fizermos seremos vítimas dos desastres anunciados pelos analistas. Pior do que um eclipse total.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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