(Trecho de artigo de Finian Cunninghan, da Strategic Culture Foundation, publicado em www.cartamaior.com.br)
A extravagância militar da Grécia dos últimos anos tem sido uma mina de ouro para a indústria de armas alemã, francesa e americana. Dos 150 bilhões de dólares em despesa militar da Grécia até 2010, 25% foram para a Alemanha, 13% para a França e 42% para os EUA, de acordo com dados do SIPRI.
Não é por acaso que os maiores credores institucionais da Grécia são os governos alemão e francês – aos dois juntos, a Grécia deve 100 bilhões de dólares. Grande parte do capital emprestado por estes países foi, em seguida, aplicado na compra de armas alemãs e francesas, como tanques Leopard e caças Mirage, além de F-16 americanos.
Em entrevista ao Guardian, em abril de 2012, o parlamentar grego Dimitris Papadimoulis acusou Berlim e Paris de hipocrisia: “Bem depois do início da crise econômica (em 2010), Alemanha e França tentavam selar acordos lucrativos de vendas de armas enquanto nos pressionavam a fazer severos cortes em áreas como a saúde”.
Assim, Berlim e Paris inflacionavam intencionalmente a dívida da Grécia, um grande mercado para suas indústrias de defesa.