pai rico coloca o filho de manhã na escola, à tarde na natação, no inglês, reforço de matemática ou judô, o que preocupa é o menino pobre, diz senador do MDB

Em pronunciamento nesta sexta-feira (22), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) defendeu a importância da educação integral, desde o ensino básico e infantil. Ele defende a implantação, pelo governo, do Plano Nacional de Educação (PNE), que fixa diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período de 2014 a 2024, como meio legal de melhorar a qualidade do ensino.

— Na próxima terça-feira, dia 26, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, participará de uma audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Na ocasião, pretendemos questionar sobre o que o ministro entende como educação integral e sobre o PNE. Vamos ouvir quais são os planos daqui para frente, nesses quatro anos de governo, que é tempo suficiente para se fazer um bom trabalho, desde que tenha um plano.

Confúcio Moura lamentou que o Plano Nacional de Educação, criado há mais de quatro anos, não esteja sendo aplicado.

— A lei que aprovou PNE está sendo descumprida. Aliás, o Brasil não gosta de cumprir lei, faz lei e não cumpre. O Brasil deve receber um troféu como campeão em desobediência no cumprimento de leis.

O senador lembrou que nas décadas de 1950 até 1970 a educação começava em casa e era dada pelos pais. Destacou que a família era a formadora do caráter dos jovens, mas lamentou que esse modelo tenha se esgotado porque, segundo ele, os pais de hoje são diferentes.

— Agora parece que os pais não querem mais ensinar os filhos, os pais dizem que não querem mexer com os filhos porque são desobedientes. Os pais ricos de hoje, da classe média, já praticam a educação integral. Aqui em Brasília, por exemplo, o pai rico coloca o filho de manhã na escola, a tarde vai para a natação, vai para o inglês, vai para o reforço de matemática ou vai para judô. Mas o que me preocupa é o pai pobre, o menino da favela, o menino da roça. Esse menino é que precisa da proteção do Estado com a boa qualidade da educação integral — afirmou.

Agência Senado

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SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.

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