Em seu discurso na cerimônia de abertura da Conferência Anual 2021 do Fórum de Boao para Ásia, realizada entre os dias 18 e 21 de abril, o presidente da China, Xi Jiping, afirmou que o mundo necessita de justiça, não de hegemonia, numa forte crítica à política internacional unilateralista dos EUA. A humanidade está enfrentando um déficit crescente de governança, confiança, desenvolvimento e paz. Há ainda muito que fazer para alcançar a segurança universal e o desenvolvimento comum. Precisamos fazer escolhas sábias e responsáveis.
A Conferência da Ásia neste ano tem como título “Um mundo em mudanças: mãos dadas para reforçar a governança global e impulsionar a cooperação”. O objetivo é buscar o desenvolvimento comum da região para enfrentar as mudanças do mundo, por meio da cooperação aberta, o multilateralismo, redução da pobreza, desenvolvimento inclusivo e sustentável.
O líder chinês destacou que as tentativas de erguer muros e retaliações são contrárias às regras da economia e aos princípios de mercado, prejudicando interesses de várias nações e depreciação da qualidade de vida dos indivíduos. Neste sentido, como bem demonstra a pandemia da Covid-19, é preciso opor-nos veementemente à edição de uma Nova Guerra Fria e a qualquer tipo de confronto ideológico.
Para o Jiping, com seu discurso multilateralista, nas relações entre os Estados, os princípios de igualdade, respeito e confiança mútua são primordiais. Interferir em assuntos internos não granjeará nenhum apoio das nações. Neste sentido, a China irá continuar desempenhando a sua parte na construção da paz mundial, na promoção do desenvolvimento global e defesa da ordem internacional.
Destaca-se que, em plena crise causada pela Covid-19, no primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 10,3% em comparação com o mesmo período de 2019 (antes da pandemia), perfazendo um valor trimestral de US$3,8 trilhões. Com a taxa de desemprego urbano situada em 5,3%. Bem diferente do Brasil que amarga forte índice de desemprego, com cerca de 100 milhões de brasileiros sofrendo por insegurança alimentar, um auxílio emergencial inexpressivo de R$150,00 (cento e cinquenta reais) e o custo de vida disparando, com um botijão de gás de cozinha custando R$100,00 (cem reais), e mais de 380 mil mortos pela pandemia da Covid-19. Um verdadeiro Estado de Mal-Estar social criado por Bolsonaro e seus apoiadores militares, religiosos, empresários e políticos.
No Brasil, desde 2019, o caminho percorrido pelo governo federal foi diametralmente oposto. O ex-ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, alinhou-se automaticamente e de forma subserviente a Donald Trump, desenvolvendo uma política ideológica de enfraquecimento dos laços internacionais, atacando publicamente a China e outros Estados historicamente parceiros e irmãos, como foi o caso da Argentina. Araújo foi obrigado a pedir demissão por pressão do Senado Federal, mas o estrago cometido por sua política predatória levará algum tempo para ser saneado. Hoje o Brasil é motivo de chacota na cena internacional. Um pária no concerto das nações. Até quando?