Entre os fatos simultâneos que ocorreram durante o atentado, no dia 23, perpetrado pelo elemento Roberto Jefferson ao atirar 03 (três) granadas contra policias federais – ferindo dois deles – e mais de 50 tiros de fuzil, num terrorismo midiaticamente planejado com o objetivo de provocar um efeito de manada (apito de cachorro), estimulando a violência dos papagaios bolsonaristas na última semana para tumultuar a eleição, foi documentada por câmeras de celular a agressão acometida contra o cinegrafista da Rede Globo – Rogério de Paula, que foi internado em UTI – no exercício de sua profissão. O nome do agressor é Diogo Lincoln Resende, assessor parlamentar de um vereador. Tal agressão atesta novamente a capacidade de produzir violência e ódio indiscriminados e em série do gado contra a população em geral.
Mas o atentado operado por Jefferson não surtiu o efeito desejado. Somente veio desnudar, mais uma vez, a forma do bolsofascismo em falsear o real visando alimentar o tumulto social como tática para poder atingir suas finalidades de manter-se no poder. Esse terrorismo faz lembrar o episódio da controvertida “facada”, ocorrido em 06 de setembro de 2018, na cidade de Juiz de Fora – MG, executada por Adélio Bispo. Diferentemente da agressão sofrida pelo cinegrafista Rogério de Paula, ali os militantes-papagaios, inexplicavelmente, em vez de partirem para o massacre a Adélio, criaram um cordão de proteção garantidor de sua integridade física. Estranho, muito estranho, porque foge totalmente ao modus operandi do bolsofascismo. O que teria determinado tal comportamento? A partir de que comando? Com que finalidades? Em Juiz de Fora, Bolsonaro viu o plano estruturado para a sua eleição (pelo complexo militar-jurídico-midiático-religioso-econômico) consolidar-se porque a estrutura de poder pendia totalmente para o seu lado.
Se analisarmos a cobertura televisiva do dia seguinte, 07/09/2018, à suposta facada de Juiz de Fora, vamos detectar, pelo menos, duas linhas de narrativa jornalística, formando dois pilares de unidade discursiva concebida para dar veracidade ao ocorrido: a primeira voltada para confirmar a veracidade do delito cometido por Adélio juntamente com a periculosidade que o autor representa para a sociedade e o processo eleitoral; a segunda narrativa jornalística voltou-se para a geração de imagens do cenário médico-hospitalar, ao apresentar a eficácia e a velocidade do atendimento de urgência à vítima como tendo sido fundamental para o salvamento de sua vida, criando uma aura mitológica sobre o acontecimento, bem ao estilo das tragédias gregas e religiosas. Mais que um candidato, Bolsonaro era investido, por meio desta construção midiática, como herói ressuscitado.
Mas ontem, 26, o que se viu foi algo bem diferente. A fratura aberta entre as diversas frações que compõem o complexo golpista de 2016 apresentou-se claramente na apresentação do Jornal Nacional. Ao término da edição do seu maior produto jornalístico, a âncora Renata Vasconcellos concluiu, em horário nobre, com as imagens do Papa Francisco, líder do catolicismo mundial, e o seguinte texto: “Francisco pediu que a padroeira Nossa Senhora Aparecida [agredida por bolsofascistas no último dia 12] proteja o povo e o liberte do ódio, da intolerância e da violência. O Papa também mencionou a beatificação de anteontem da brasileira Benigna Cardoso da Silva”.
Portanto, fica claro que a Globo não está mais com Bolsonaro como esteve em 2018. E como a Globo, também outros setores do Capital abandonaram o barco. São essas fraturas que atestam o porquê do terrorismo de Roberto Jefferson ter dado errado. Um novo Adélio só teria condições de dar certo sob as mesmas condições estruturais pretéritas, de apoio incondicional, o que já não é mais possível, devido às maldades perpetradas pelo bolsofascismo nos últimos quatro anos.
José Maria Ferreira da Silva
Tomara que ele continue atirando no próprio pé! Talvez assim consigamos desmantelar esse SÉQUITO de mal feitores que assaltaram o cargo máximo da nação Brasileira
Valdenir de Oliveira viana
O amor vai vencer o ódio mas uma vez teremos Lula na presidência