O caldeirão das circunstâncias

Parece que 2020 não trouxe o suficiente de problemas e tragédias para a sociedade. A pandemia e o desemprego estão sendo suportados com um refresco aqui, outro ali, uma dose imensa de esperança e, claro, uma dose cavalar de desinformação. O distinto público vai sendo distraído enquanto os interesses vão sendo encaminhados nas mais altas esferas. A agenda de negócios é impressionante. A máfia não faria melhor. Faria, Lima?

Como dizíamos, 2020 não foi o bastante. O primeiro trimestre de 2021 promete esquentar o clima e passar dos quarenta graus. Vejamos.

Uma alta acentuada de preços está desenhada nos índices do IBGE que medem a inflação setor por setor, produto por produto. Coisa desproporcional com o que se viu nos últimos quatro anos. Uma inflação estranha, meio difícil de explicar tecnicamente.

Outro elemento é o fim do estímulo emergencial de renda casado com desemprego, desalento e subocupação. O tal do teto de gastos, a vaca sagrada dos economistas fanáticos, o desarranjo orçamentário e a completa inabilidade da gestão do atual governo são temperos fortes da crise.

No parlamento e na justiça as broncas e disputas complicam o cenário e aumentam a temperatura do caldeirão. Os eventos que sacudiram a vizinhança latina não sugerem tranquilidade.

 

Infelizmente não há liderança capaz de dar bom destino ao país. Se duvidar, nem a tampa do caldeirão será retirada.

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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