No coração fervilhante da cidade, onde o concreto se ergue em testemunho da modernidade, há um lugar onde as máquinas ganham vida de uma maneira diferente. Não se trata de fábricas nem de linhas de produção, mas sim de um santuário peculiar onde a arte encontra a tecnologia em um ballet encantador: A oficina de Alex.
Alex é um homem de mãos ágeis e olhos sonhadores, um artesão em um mundo de engrenagens e fios. Sua oficina é uma sinfonia de sons mecânicos e cheiro de óleo e metal, onde as máquinas ganham forma e função, mas também alma. Cada máquina que passa pelas mãos de Alex é mais do que um amontoado de peças; é um ser vivo em potencial, esperando par ser despertado.
Ele não apenas as conserta, mas as transforma, infundindo nelas um toque de magia que transcende a mera funcinalidade. São máquians espirituais, nascidas da mente de um artista. Ao entrar na oficina de Alex, somos recebidos por um espetáculo hipnotizante. Há relógios que dançam ao rítmo de suas próprias engrenagens, pinturas que ganham vida com luzes e movimentos sutis, e esculturas que sussuram segredos do passado.
É como se o mundo material se curvasse diante da criatividade humana, dando origem a algo além da compreensão, dando origem a algo além da compreensão racional. Em um canto da oficina, um gramafone antigo ressurge das cinzas, suas notas melancólicas ecoando pelos cantos empoeirados. Ao lado, uma máquina de escrever se anima, teclancdo uma sinfonia de palavras que ganham vida própria. E no centro de tudo, um robô dançarino se move com graça e elegância, suas articulações de metal cintilando à luz do sol que atravessa as janelas. Não são apenas as máquinas que são transformadas na oficina de Miguel; são também aqueles que têm a sorte de testemunhar seu trabalho.
Pois ali, em meio ao brilho das invenções e à música das engrenagens, encontramos uma inspiração que transcende o comum. Encontramos a prova de que, mesmo no mundo mais frio e impessoal ainda há espaço para a beleza e a poesia. E assim, enquanto observamos o ballet das máquinas espirituais de Alex, somos lembrados de que a verdadeira magia não reside em truques ou ilusões, mas sim na habildade de dar vida ao inanimado, de transformar o ordinário em algo extraordinário, pois nas mãos de um verdadeiro artista, até mesmo as máquinas podem sonhar.
Marcos Abreu, é poeta e escritor brasileiro
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