No dia 06 de setembro, Jair Messias Bolsonaro foi recebeu um golpe de faca de Adélio Bispo de Oliveira, um ataque contra sua vida próximo a um dos símbolos nacionais do Brasil, o Dia da Independência, resultando muitos eleitores ressaltarem o seu lema de campanha: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
Um lema que traz algumas das bases de seu marketing político, o patriotismo e religiosidade cristã. Bolsonaro sempre utilizou as premissas de ser contra a corrupção, ser um defensor das causas militares (criou projetos de leis para defender estas) e sua religiosidade cristã que sempre ajudou a eleger uma das maiores bancadas do Brasil, a bancada da Bíblia.
O ataque à Bolsonaro ressaltou uma de suas máximas que arrebanhaa eleitores para sua carreira política, a segurança. Bolsonaro sempre defendeu ataque aos criminosos de maneira pesada. E é justamente em cima desse discurso que pode eleger-se.
Em análises de conjuntura e em conversas do dia a dia é normal ver que as pessoas dizem que os dias atuais estão mais perigosos, que os noticiários tornarem repetitivos programas policiais, o que pode conceder uma percepção pronta para a sociedade, uma cultura do terror.
E justamente por conta de dizer o que o povo quer ouvir, quer resolver rapidamente; Bolsonaro tem uma máxima que se tornou a forma mais simples e pronta para resolver o problema da criminalidade: Bandido bom é bandido morto.
Outro fator que pode alavancá-lo em porcentagens de eleitorado é a cordialidade do brasileiro com a tragédia que ocorreu. Bolsonaro sofreu uma tentativa de homicídio e o povo brasileiro reconhece e se compadece com tal fato. Tal fato se assemelha à morte de Eduardo Campos em 2014 – sua morte alavancou uma grande intenção de votos no eleitorado de sua sucessora na chapa, Marina Silva. Porém, naquele ano, algumas semanas depois, o povo brasileiro voltou para a dialética da política, às teses e antíteses de Dilma e Aécio e tornou-se a diminuir a porcentagem de votos em Marina.
Bolsonaro fez, na tarde de Domingo (16/09/2018), um pronunciamento que ressaltaria seu antipetismo e seu compromisso contra a corrupção. Desta forma, Bolsonaro procura manter seu eleitorado e se posicionar como um outsider na política. Um outsider, por conta de sua desconfiança nas urnas eletrônicas, às quais nenhum outro candidato demonstrou interesse nesta ideia.
Para Bolsonaro, o PT possui uma estratégia de fraudar as eleições presidenciáveis e de soltar Lula da prisão. Bolsonaro disse: “Se coloque no lugar no presidiário (Lula), que está lá em Curitiba, com toda a sua popularidade, possível riqueza, você aceitaria passivamente ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga? Se você não tentou fugir, com tudo ao teu lado, é obviamente que você tem um plano B. Eu não consigo pensar em outra coisa a não ser um plano B se materializar em uma fraude, favorável ao Lula”.
Os fatos acima revistos trazem uma visão de uma conjuntura turbulenta na política brasileira, que, além de tudo, anda fracionada. Resta-nos ver como a dialética da política terá sua síntese e como os eleitores se comportarão no cenário político após os dois ataques.